Alertas de segurança: FAA emite aviso à Boeing sobre riscos de leme emperrado
A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA emitiu um alerta de segurança para alguns modelos de Boeing 737 Max, após um incidente em que a tripulação não conseguiu mover os pedais do leme durante o pouso.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos emitiu um alerta de segurança para alguns modelos de aviões Boeing, destacando riscos potenciais relacionados a movimentos de leme emperrados. A notificação surge após investigações sobre um incidente envolvendo um Boeing 737 Max, no qual a tripulação encontrou dificuldades em manobrar os pedais do leme durante o pouso. Este alerta não apenas destaca preocupações com a segurança aérea, mas também coloca em evidência as responsabilidades da Boeing em garantir a integridade operacional de suas aeronaves.
Recentemente, durante um voo operado por um Boeing 737 Max, a tripulação se deparou com a impossibilidade de mover os pedais do leme enquanto se preparava para o pouso. O gravador de dados de voo revelou que, apesar de aplicar aproximadamente 32 libras de força, a ação não teve impacto na posição ou na direção do leme. Este incidente levantou bandeiras vermelhas para a FAA, que imediatamente começou a investigar a causa subjacente da falha.
Os dados preliminares sugerem que a umidade acumulada dentro do atuador do leme pode ter sido a causa do travamento. Essa umidade entrou no sistema durante o voo e congelou, resultando na restrição do movimento do leme. A situação é alarmante, pois representa um risco significativo para a segurança dos passageiros e da tripulação. Felizmente, não houve feridos entre os 155 passageiros e seis membros da tripulação.
Após o incidente, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) destacou a necessidade de uma resposta adequada da tripulação de voo, além de simplesmente aplicar força máxima nos pedais do leme. A recomendação é que a Boeing desenvolva um protocolo mais robusto para lidar com esse tipo de falha. Além disso, o NTSB solicitou que a fabricante notificasse as equipes operacionais de que o sistema de controle do leme poderia travar devido à umidade acumulada nos atuadores.
A Boeing, em resposta, deverá assegurar que todas as operadoras de seus modelos 737 estejam cientes dos riscos associados ao congelamento do atuador e do leme. A empresa também deve investigar a extensão do problema e implementar soluções para mitigar os riscos, garantindo a segurança operacional de suas aeronaves.
A situação foi ainda mais complicada quando a Collins Aerospace, fornecedora de componentes da Boeing, revelou que um rolamento selado foi montado incorretamente durante o processo de produção. Essa falha de montagem deixou um lado do atuador mais vulnerável à entrada de umidade, aumentando o risco de congelamento. A Collins Aerospace notificou a Boeing de que mais de 353 atuadores entregues desde fevereiro de 2017 foram afetados por essa condição.
Essa revelação é preocupante, pois ressalta a importância do controle de qualidade em todos os níveis da produção aeronáutica. Problemas como este podem não apenas comprometer a segurança, mas também impactar a reputação da Boeing e a confiança do público em sua capacidade de entregar aeronaves seguras e confiáveis.
Este alerta da FAA ocorre em um momento delicado para a Boeing, que já enfrenta escrutínio intenso sobre suas práticas de segurança. Apenas quatro dias antes do aviso, legisladores dos EUA pediram ao Departamento de Justiça que investigasse executivos da empresa por supostamente priorizar os lucros em detrimento da segurança. Essa pressão aumenta à medida que a Boeing tenta se recuperar de incidentes anteriores que mancharam sua reputação, incluindo um evento em janeiro, quando um painel de porta se descolou durante um voo da Alaska Airlines.
A FAA e o NTSB continuam a monitorar de perto a situação, e a Boeing terá que responder de forma eficaz para restaurar a confiança do público e assegurar a segurança em suas operações. O incidente ressalta a necessidade de vigilância constante e rigorosa na indústria de aviação, onde a segurança deve sempre ser a prioridade máxima.