Nesta segunda-feira (16), Luis De Guindos abordou a necessidade urgente de uma união do mercado de capitais durante uma conferência sobre a integração financeira na zona do euro. O vice-presidente do BCE observou que, embora a integração econômica tenha avançado, a integração financeira não acompanhou esse ritmo, resultando em uma desaceleração significativa dos fluxos financeiros entre os países da zona do euro.

De Guindos afirmou que “a integração financeira é muito importante e, de certa forma, ficou para trás em comparação com a integração econômica”. Esse retrocesso na integração financeira tem implicações diretas sobre a eficiência dos mercados de capitais e a capacidade dos países da zona do euro de mobilizar recursos e investir de maneira eficaz.

As declarações de De Guindos vieram pouco depois de um relatório importante sobre a competitividade da União Europeia, elaborado por Mario Draghi, ex-chefe do BCE e ex-primeiro-ministro italiano. Draghi também havia enfatizado a necessidade de uma união do mercado de capitais, argumentando que essa medida poderia promover um crescimento econômico mais robusto e uma maior competitividade para a região.

Em seu relatório, Draghi destacou que a integração dos mercados financeiros é um passo essencial para melhorar a resiliência econômica e facilitar o investimento em projetos de longo prazo, o que é crucial para a recuperação econômica da zona do euro após as crises recentes.

De Guindos argumentou que a união do mercado de capitais pode ajudar a superar as barreiras atuais que limitam o fluxo de capitais entre os países da zona do euro. Segundo ele, a criação de um mercado de capitais mais integrado permitiria uma alocação mais eficiente dos recursos financeiros, promovendo um crescimento econômico mais equilibrado e sustentado.

Além disso, a proposta de uma maior integração financeira pode contribuir para a estabilidade econômica, ao reduzir a dependência de fontes de financiamento nacional e permitir um acesso mais amplo a oportunidades de investimento para empresas e investidores. Esse tipo de reforma é visto como fundamental para enfrentar os desafios econômicos atuais e futuros da região.

Durante sua declaração, De Guindos também abordou as expectativas do BCE para a inflação. O banco central projeta que a taxa de inflação na zona do euro se mantenha próxima da meta de 2% até o final do próximo ano. No entanto, ele alertou que os aumentos de preços em serviços continuam a ser uma preocupação significativa. Esses aumentos, que estão acima da média histórica, representam um desafio para a política monetária e para a estabilidade econômica da região.