Lagarde diz que os riscos para o crescimento econômico da zona do euro continuam inclinados para baixo
Nesta quinta-feira (12), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um corte nas taxas de juros, refletindo uma trajetória de flexibilização monetária que, embora evidente, ainda depende da evolução dos dados econômicos. A presidente da instituição, Christine Lagarde, destacou que, apesar da redução nas taxas, o ritmo e a extensão dessa política permanecem incertos, com o […]

Nesta quinta-feira (12), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um corte nas taxas de juros, refletindo uma trajetória de flexibilização monetária que, embora evidente, ainda depende da evolução dos dados econômicos. A presidente da instituição, Christine Lagarde, destacou que, apesar da redução nas taxas, o ritmo e a extensão dessa política permanecem incertos, com o BCE mantendo uma abordagem cautelosa frente aos desafios econômicos e geopolíticos que afetam a zona do euro.
Durante a coletiva de imprensa, Lagarde destacou que os riscos para o crescimento econômico da zona do euro continuam inclinados para baixo. A fraqueza na demanda por exportações, exacerbada pelo enfraquecimento da economia global e pelas tensões comerciais, está pressionando a atividade econômica. Além disso, incertezas geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza, estão impactando negativamente a confiança das empresas e das famílias, além de potencialmente interromper o comércio global. O BCE monitora atentamente esses riscos e suas implicações para a estabilidade econômica da região.
Lagarde projetou que a inflação na zona do euro deve mostrar um aumento no final deste ano, à medida que os efeitos das recentes quedas acentuadas nos preços de energia saiam das comparações anuais. Ela prevê que, ao longo do segundo semestre de 2025, a inflação se alinhe com a meta do BCE. Esta projeção sugere uma recuperação gradual da estabilidade dos preços, conforme as condições econômicas se ajustam e as pressões inflacionárias atuais diminuem.
Lagarde também abordou o efeito defasado das políticas de aperto monetário anteriores, mencionando que a desaceleração econômica observada na Alemanha estava alinhada com as expectativas do BCE. Apesar da recente redução das taxas, as condições de financiamento na região continuam a ser restritivas, refletindo o impacto contínuo das políticas passadas e a necessidade de ajustes adicionais para apoiar o crescimento econômico.
Em resposta a perguntas sobre o relatório do ex-presidente do BCE, Mario Draghi, Lagarde afirmou que as questões estruturais da economia abordadas no relatório são responsabilidade dos governos, não da autoridade monetária. O BCE, segundo Lagarde, se concentra em sua função primária de manutenção da estabilidade de preços e não deve ser responsabilizado por questões econômicas estruturais que exigem ações governamentais.
Finalmente, Lagarde enfatizou a importância de monitorar os riscos inflacionários relacionados à crise climática. Ela observou que, apesar da preocupação com a inflação, o BCE também está atento aos riscos de inflação abaixo da meta, que podem surgir devido a fatores climáticos e outros desafios externos. A instituição continua a avaliar cuidadosamente esses riscos enquanto busca equilibrar suas políticas monetárias com os objetivos de estabilidade de preços.