O setor de serviços no Brasil registrou um crescimento surpreendente em julho de 2024, marcando uma alta de 1,2% em relação ao mês anterior. Essa expansão, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11), superou amplamente as previsões dos analistas, que esperavam uma leve retração de 0,1%. Na comparação com julho de 2023, o setor apresentou um crescimento robusto de 4,3%.

Essa alta não apenas consolida o setor como um dos pilares da recuperação econômica do país, mas também destaca sua importância para o mercado nacional, já que o volume de serviços se encontra 15,4% acima dos níveis pré-pandemia, registrados em fevereiro de 2020.

Surpresa no desempenho de julho: crescimento bem acima do esperado

O crescimento de 1,2% em julho chama a atenção por ter superado as expectativas de uma queda projetada de 0,1%. Além disso, esse desempenho sucede uma alta já expressiva de 1,7% observada em junho, o que demonstra a resiliência do setor em meio a um cenário de incertezas econômicas.

A performance positiva em julho também se refletiu em uma comparação anual, com o volume de serviços crescendo 4,3% em relação ao mesmo mês de 2023. Isso indica uma trajetória de recuperação sólida, à medida que o setor avança e se distancia dos impactos econômicos trazidos pela pandemia de COVID-19.

Acumulado de 2024: comparação anual reflete sólida recuperação

No acumulado do ano, de janeiro a julho de 2024, o setor de serviços registrou um crescimento de 1,8% quando comparado ao mesmo período de 2023. Esse número reflete um ganho de dinamismo ao longo dos meses, com destaque para o desempenho dos últimos 12 meses, onde o crescimento anualizado acelerou para 0,9%, superando os 0,8% registrados em junho.

A melhora gradual ao longo do ano reflete tanto a demanda interna quanto externa por serviços essenciais e especializados. Dessa forma, o Brasil continua a demonstrar uma recuperação robusta em áreas estratégicas de serviços, alinhada ao crescimento geral da economia.

Setores que impulsionaram o crescimento em julho

Entre os cinco segmentos do setor de serviços avaliados pelo IBGE, três se destacaram positivamente em julho. O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares liderou o crescimento, com uma alta de 2,2%, seguido pelos serviços de informação e comunicação, que registraram um impressionante avanço de 6,5%. Já o setor de outros serviços teve um crescimento mais modesto de 0,2%, recuperando parte das perdas acumuladas nos meses de maio e junho.

Esses segmentos são fundamentais para a sustentação da atividade econômica, impulsionando tanto o ambiente corporativo quanto as demandas da população por serviços essenciais.

Por outro lado, o setor de transportes registrou uma queda significativa de 1,5%, sendo o principal impacto negativo sobre o volume total de serviços no período. O segmento de serviços prestados às famílias também apresentou uma ligeira retração de 0,2%, mostrando uma desaceleração após períodos de forte crescimento impulsionados pela retomada do consumo.

Comparação com os níveis pré-pandemia: setor de serviços em novo ponto alto

Outro dado importante revelado pelo IBGE é que o setor de serviços agora está 15,4% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, antes do início da pandemia de COVID-19. Esse marco confirma que o setor não apenas se recuperou das perdas geradas pela crise sanitária, mas também atingiu seu ponto mais alto desde o início da série histórica.

Essa recuperação gradual e sólida reflete o fortalecimento de setores que se adaptaram rapidamente às novas demandas do mercado, como o crescimento acelerado de serviços digitais e consultorias especializadas.

Desempenho regional: São Paulo e Distrito Federal como destaques

No âmbito regional, 14 das 27 Unidades da Federação (UFs) apresentaram crescimento no volume de serviços em julho de 2024, comparado a junho. São Paulo foi o estado com maior impacto positivo, registrando um aumento de 2,4% no volume de serviços, seguido por um expressivo crescimento no Distrito Federal, que apresentou uma alta de 14,8%.

Outros estados que também se destacaram foram o Rio de Janeiro (+0,6%), Minas Gerais (+0,9%) e Rio Grande do Sul (+1,5%). Essas regiões desempenharam um papel crucial na expansão do setor de serviços, impulsionando o resultado positivo observado no mês.

Em contrapartida, alguns estados tiveram desempenho negativo, com destaque para o Espírito Santo, que registrou queda de 2,3%, seguido por Mato Grosso (-1,7%) e Paraná (-0,2%). Esses estados enfrentaram dificuldades em áreas específicas, o que contribuiu para a retração do volume de serviços em nível local.