O Índice de Confiança do Comércio (Icom) registrou queda de 1,8 ponto em agosto, atingindo 89,1 pontos, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (29).

Esse resultado interrompe a leve alta de 0,6 ponto observada no mês anterior e representa uma queda de 1,0 ponto em relação a agosto de 2023. Em termos de médias móveis trimestrais, o índice também recuou, agora em 0,8 ponto, para 90,1 pontos.

De acordo com Geórgia Veloso, economista da FGV/Ibre, a queda da confiança no setor de comércio reflete a piora nas expectativas para os próximos meses, impactando os seis principais segmentos do setor. 

“Embora o pessimismo em relação à demanda atual tenha diminuído, os empresários continuam cautelosos e demonstram pouco otimismo quanto às vendas futuras, mesmo com um mercado de trabalho aquecido e a melhora na confiança dos consumidores”, afirmou.

Veloso destacou que, apesar de sinais de recuperação no início de 2024, o setor enfrenta incertezas no segundo semestre, agravadas pelo comportamento das taxas de juros e riscos inflacionários, que afetam diretamente o consumo.

No mês de agosto, o Índice de Expectativas (IE-COM) foi o principal fator de influência negativa, caindo 5,5 pontos para 87,0. Entre seus componentes, o indicador que avalia a tendência dos negócios nos próximos seis meses recuou 6,9 pontos, enquanto o indicador de perspectivas de vendas para os próximos três meses caiu 4,1 pontos, marcando a quarta queda consecutiva.

Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 2,0 pontos, chegando a 91,9. A demanda atual registrou avanço de 4,2 pontos, compensando três quedas anteriores, enquanto a avaliação sobre a situação dos negócios sofreu leve retração de 0,3 ponto.