Departamento de Justiça dos EUA quer desmembrar o Google, diz agência
Nesta terça-feira (13), as ações da Alphabet (GOGL34) caíram mais de 1% no after market em Nova York. A queda foi motivada pela divulgação da notícia de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) estuda obrigar o Google a desinvestir em alguns de seus negócios. Vale destacar que a ideia de desmembrar a […]

Nesta terça-feira (13), as ações da Alphabet (GOGL34) caíram mais de 1% no after market em Nova York. A queda foi motivada pela divulgação da notícia de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) estuda obrigar o Google a desinvestir em alguns de seus negócios.
Vale destacar que a ideia de desmembrar a gigante de buscas, controlada pela Alphabet, surgiu logo após uma decisão judicial histórica na semana passada, que concluiu que o Google monopolizou o mercado de buscas on-line. As informações são da Bloomberg.aç
Esse seria o primeiro esforço de Washington para dividir uma empresa por práticas de monopólio ilegal desde a tentativa malsucedida de desmantelar a Microsoft há 20 anos. Além disso, essa cisão forçada seria a maior nos Estados Unidos desde que a AT&T foi desmembrada na década de 1980.
Se levada adiante, essa ação não apenas marcaria um ponto crucial na regulação das gigantes de tecnologia, mas também relembraria uma era em que o governo dos EUA tomou medidas significativas para quebrar monopólios considerados prejudiciais à concorrência e ao mercado livre. A comparação com a AT&T sublinha a magnitude do impacto potencial dessa medida sobre o mercado e o setor de tecnologia.
Impactos da cisão para o Google
O governo dos EUA está considerando medidas rigorosas contra o Google, incluindo a proibição de fechar contratos exclusivos, como o que mantém com a Apple, onde o Google pagou mais de US$ 20 bilhões nos últimos anos para ser o mecanismo de busca padrão nos iPhones. Essa prática é vista como uma forma de consolidar o monopólio do Google no mercado de buscas online.
Se o Departamento de Justiça decidir seguir adiante com um plano de desmembramento do Google, as divisões mais prováveis de serem desinvestidas incluem o sistema operacional Android e o navegador Chrome, duas das principais plataformas da empresa. Além disso, há discussões sobre a possível venda do AdWords, a plataforma de publicidade de texto do Google, que é uma das fontes mais lucrativas da companhia.
Essas discussões ganharam força após a decisão do juiz Amit Mehta, em 5 de agosto, que determinou que o Google monopolizou ilegalmente os mercados de pesquisa online e anúncios de texto. O Google pretende apelar da decisão, mas o juiz já ordenou que as partes comecem a planejar a segunda fase do caso, que incluirá as propostas do governo para restaurar a concorrência, possivelmente através da separação de partes da empresa.
Além disso, o Departamento de Justiça está considerando formas de mitigar as vantagens que o Google tem no desenvolvimento de tecnologia de inteligência artificial, um campo onde seu domínio nas buscas poderia fornecer uma vantagem significativa. Uma das soluções poderia ser impedir o Google de obrigar sites a permitir que seu conteúdo seja usado em produtos de IA, a menos que apareçam nos resultados de pesquisa.
Se levada a cabo, uma dissolução forçada do Google seria a maior desde o desmantelamento da AT&T na década de 1980, marcando um momento histórico na regulação de monopólios tecnológicos nos Estados Unidos. Tanto o Google quanto o Departamento de Justiça foram contactados para comentar o caso, mas até o momento não se pronunciaram.