Comissão de Ética pode voltar a investigar Campos Neto por caso de empresa offshore

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu, unanimemente, derrubar a liminar que suspendia o processo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, relacionado ao caso de uma empresa offshore em nome de Roberto Campos Neto, aberta em países considerados paraísos fiscais. Vale lembrar que a Comissão de Ética iniciou a investigação […]

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Última atualização:  08 de ago, 2024 às 12:17
Comissão de Ética pode voltar a investigar Campos Neto por caso de empresa offshore Comissão de Ética pode voltar a investigar Campos Neto por caso de empresa offshore

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu, unanimemente, derrubar a liminar que suspendia o processo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, relacionado ao caso de uma empresa offshore em nome de Roberto Campos Neto, aberta em países considerados paraísos fiscais.

Vale lembrar que a Comissão de Ética iniciou a investigação em 2019, depois de Campos Neto assumir a presidência do Banco Central, logo após o vazamento de informações sobre dinheiro em paraísos fiscais. Apesar disso, o processo permaneceu inativo até 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou cinco novos membros para o conselho da instituição.

Campos Neto conseguiu uma liminar para impedir que a comissão julgasse o caso, argumentando que a instauração de um procedimento disciplinar comprometeria a autonomia administrativa, gerencial e organizacional do Banco Central, dado que a Comissão de Ética está vinculada ao presidente da República.

Por sua vez, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu, pedindo a suspensão da liminar, argumentando que a Comissão de Ética tem a competência para avaliar possíveis conflitos de interesses e desvios éticos.

Relembre o caso da Offshore de Campos Neto

Entre os anos de 2016 e 2021, vieram a público os escândalos conhecidos como Panama Papers e Pandora Papers, que revelaram milhões de documentos vazados contendo informações financeiras sigilosas de empresas em paraísos fiscais.

Entre as figuras mencionadas nos documentos estavam o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.

No caso de Campos Neto, os documentos indicam que ele mantinha empresas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens Britânicas, sendo que uma dessas empresas possuía um capital de US$ 1 milhão.

Essas operações continuaram ativas até o segundo semestre de 2020, mesmo após Campos Neto já estar à frente do Banco Central desde fevereiro de 2019.