O processo de privatização da Sabesp (SBSP3) avança com o encerramento do período de reserva das ações nesta segunda-feira (15). O Governo de São Paulo está vendendo 17% de sua participação na companhia, buscando melhorar a eficiência e a capacidade de investimentos da empresa. Neste artigo, abordaremos os detalhes dessa oferta, incluindo a estrutura acionária, os próximos passos e as expectativas em relação ao futuro da Sabesp.

Atualmente, a Equatorial (EQTL3) é a acionista referência da Sabesp, detendo 15% das ações após investir R$ 67 por ação, o que representa um total de R$ 6,8 bilhões. Com a conclusão da oferta, o Governo de São Paulo ficará com aproximadamente 18% das ações, enquanto a Equatorial manterá sua participação de 15%. O restante será distribuído entre acionistas minoritários, reforçando a necessidade de uma base acionária diversificada.

Após período de reserva de ações da Sabesp, quais são os próximos passos do processo?

O cronograma da privatização estabelece datas importantes para o andamento do processo:

Fixação do preço: O preço por ação será definido na próxima quinta-feira (18), momento que promete gerar expectativas no mercado.

Liquidação da oferta: A liquidação das ações está programada para o dia 22 de julho, data em que se espera uma movimentação significativa nas operações da companhia.

Alternativas para investidores

Os investidores pessoa física têm várias opções para participar da oferta:

Comprar as ações na bolsa: Uma alternativa direta para aqueles que já atuam no mercado.

Reservar diretamente: Com um aporte mínimo de R$ 100, os investidores podem garantir sua participação.

Investir via fundo de ações: Com um aporte mínimo de apenas R$ 1, essa opção é acessível a um público mais amplo.

Os interessados devem acessar suas corretoras e selecionar a opção “oferta de ações” para realizar a reserva.

Objetivos da privatização

A privatização da Sabesp visa, acima de tudo, aumentar a eficiência operacional e a capacidade de investimentos da empresa. Segundo o governo, essa venda é fundamental para que a companhia possa cumprir as metas de universalização estabelecidas no marco do saneamento. Além disso, há uma preocupação com a perda de relevância da empresa nos próximos anos, especialmente considerando as licitações no setor desde 2019.

Plano de investimentos

Aprovado em dezembro do ano passado, o plano de investimentos da Sabesp prevê um total de R$ 47,4 bilhões entre 2024 e 2028. Parte significativa desse montante será destinada ao projeto de recuperação do rio Tietê, conhecido como Integra Tietê. Até 2060, a empresa deverá investir R$ 260 bilhões, com foco na universalização dos serviços até 2029, o que será crucial para atender à demanda crescente da população.

Impacto nas tarifas

Com a nova estrutura de governança, o modelo de reajuste das tarifas será alterado para um formato “pós-pago”. Isso significa que a Sabesp realizará os investimentos primeiro e, posteriormente, esses valores serão considerados no cálculo da tarifa. A expectativa é que haja uma redução de até 10% nas tarifas sociais para famílias inscritas no Cadastro Único (CADÚnico), especialmente para aquelas com renda per capita entre R$ 218 e R$ 706.

Nova política de dividendos

A Sabesp também anunciou uma nova política de distribuição de dividendos, que entrará em vigor a partir da liquidação da oferta pública de ações. Com essa mudança, o pagamento de proventos para as ações ordinárias poderá exceder os 25% do lucro líquido ajustado previstos atualmente, atraindo investidores e reforçando o compromisso da empresa com seus acionistas.