A Light, empresa de energia elétrica, alcançou um marco significativo nesta quarta-feira (29), com a aprovação unânime do seu plano de recuperação judicial durante a assembleia de credores. Esta medida visa reestruturar uma dívida astronômica de R$ 11 bilhões, informaram assessores do processo.

Mais de 99% dos credores, incluindo debenturistas, bondholders e bancos, deram luz verde ao plano. Essa aprovação maciça impulsionou as ações da empresa, que operaram em alta de mais de 5% durante a sessão.

A discussão em assembleia teve início no mês passado, mas foi temporariamente interrompida devido a solicitações de credores por mais tempo para analisar os termos propostos.

Termos do plano da Light

O plano aprovado inclui uma capitalização de até R$ 1,5 bilhão, com R$ 1,0 bilhão proveniente dos principais acionistas: Nelson Tanure, Ronaldo Cezar Coelho e Carlos Alberto Sicupira.

Além disso, parte dos créditos será convertida em ações, através de debêntures conversíveis, até o limite de R$ 2,2 bilhões. Também está previsto o pagamento integral aos credores com créditos de até R$ 30 mil, entre outras medidas.

A recuperação judicial 

A necessidade de recuperação judicial surgiu no ano passado devido à deterioração da situação econômico-financeira da distribuidora de energia da Light, que atende mais de 30 cidades no Rio de Janeiro.

A perda de capacidade financeira da distribuidora levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a emitir uma intimação que poderia resultar na caducidade da concessão. No entanto, essa intimação foi arquivada na semana passada, antes mesmo da aprovação do plano de recuperação judicial, com um voto de confiança da diretoria da Aneel nos esforços de reestruturação da empresa.

A Light é representada nos processos de recuperação judicial pelos escritórios Salomão Advogados, BMA e Galdino e Coelho. O plano já recebeu aprovação dos acionistas da Light e agora aguarda a aprovação final do juiz responsável pelo caso. Este importante passo pode marcar o início de uma nova fase para a empresa, que busca reverter sua situação financeira e retomar sua estabilidade no mercado de energia elétrica.