Petrobras manterá política de preços e focará em novas fronteiras petrolíferas, afirma nova CEO
A nova presidente-executiva da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, anunciou que a política de preços de combustíveis da estatal seguirá “abrasileirada” em sua gestão. A decisão de manter a política de preços alinhada aos procedimentos implementados em 2023 visa evitar a “contaminação” dos preços internos com a volatilidade do mercado internacional de petróleo. Chambriard destacou a […]

A nova presidente-executiva da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, anunciou que a política de preços de combustíveis da estatal seguirá “abrasileirada” em sua gestão. A decisão de manter a política de preços alinhada aos procedimentos implementados em 2023 visa evitar a “contaminação” dos preços internos com a volatilidade do mercado internacional de petróleo.
Chambriard destacou a importância de uma abordagem que priorize a estabilidade e competitividade dos preços para os consumidores brasileiros. Essa política, implementada na gestão anterior de Jean Paul Prates, busca reajustar os preços em maiores intervalos, evitando assim impactos negativos causados pelas flutuações internacionais. Até o momento, em 2024, a Petrobras não alterou os preços da gasolina e do diesel.
Manutenção da política de combustíveis da Petrobras
A decisão de Magda Chambriard de manter a política de preços abrasileirada reflete um compromisso com a estabilidade e a competitividade dos preços dos combustíveis no mercado nacional. Ela argumentou que não seria justo “contaminar” os preços da Petrobras com as volatilidades do mercado internacional, o que poderia prejudicar os consumidores brasileiros. A política de maiores intervalos de reajustes, introduzida em 2023, tem como objetivo proteger os clientes da Petrobras das oscilações bruscas nos preços globais do petróleo.
Essa abordagem tem gerado alguns comentários no mercado, com analistas sugerindo que os lucros no segmento poderiam ter sido maiores com reajustes mais frequentes. No entanto, Chambriard acredita que a estratégia atual beneficia mais os consumidores e contribui para a estabilidade econômica do país.
Objetivos financeiros e remuneração ao acionista
Além da política de preços, Magda Chambriard ressaltou a capacidade da Petrobras de fornecer retorno financeiro aos seus acionistas, tanto privados quanto à União, que é a controladora majoritária. Em sua primeira entrevista, a CEO enfatizou que a empresa, como uma empresa de economia mista, está comprometida em gerar lucros e distribuir dividendos.
“Se tem lucro, vai ter lucro, vamos ter dividendos; queremos ter lucro, queremos ter dividendos”, afirmou Chambriard, destacando a importância de uma gestão financeira sólida e transparente para atrair e manter investidores. Ela também mencionou que ainda não há uma decisão final sobre a distribuição dos dividendos extraordinários de 2023, que foram retidos em uma reserva da companhia, mas há uma expectativa de que sejam distribuídos em algum momento de 2024.
Exploração da margem euatorial e outras fronteiras
A nova CEO da Petrobras também destacou a importância da exploração de novas fronteiras petrolíferas para garantir a segurança energética do Brasil. Entre essas áreas, a Margem Equatorial é uma prioridade, assim como a produção de petróleo e gás no pré-sal. Chambriard enfatizou a necessidade de desenvolver a Bacia de Pelotas, que ainda enfrenta desafios ambientais semelhantes aos encontrados na Margem Equatorial e na região da Foz do Amazonas.
Essas novas áreas de exploração são cruciais para que a Petrobras possa repor suas reservas de petróleo e gás, assegurando a continuidade da produção e a sustentabilidade energética do país. Chambriard está comprometida em trabalhar para que a empresa alcance esses objetivos, equilibrando o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
Dividendos de 2023
Em relação aos dividendos extraordinários de 2023, Chambriard preferiu não fazer comentários detalhados. A expectativa é que a distribuição ocorra em 2024, mas ainda não há uma data definida. Esse tema tem gerado bastante interesse entre os acionistas, que aguardam uma decisão sobre o montante retido na reserva da companhia.
Potencial recompra da refinaria de mataripe
Na área de refino, Magda Chambriard não descartou a possibilidade de a Petrobras recomprar a refinaria de Mataripe, que foi privatizada durante a gestão de Jair Bolsonaro. Ela afirmou que a decisão dependerá de ser um bom negócio para a empresa. A Petrobras já está estudando o ativo desde a gestão anterior, de Jean Paul Prates, e também está em discussões sobre uma parceria em biorrefino com o fundo Mubadala, atual proprietário da refinaria baiana.
Possíveis ajustes na diretoria
Por fim, ao ser questionada sobre eventuais trocas na diretoria da empresa, Chambriard informou que ainda está conhecendo os diretores da Petrobras. Ela acrescentou que, se houver mudanças, serão apenas ajustes de perfil, visando alinhar a equipe com os novos objetivos estratégicos da companhia.