O álcool líquido 70% deixará de ser comercializado no Brasil após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogar a autorização para sua venda. Após quatro anos, a Anvisa decidiu proibir novamente a comercialização desse item, que havia sido concedida em 2020, mas o prazo desta autorização expirou em dezembro de 2023.

Os estabelecimentos que ainda possuem estoques do produto terão até 30 de abril para esgotá-los, antes da proibição total da comercialização. Esse tipo de álcool foi proibido de ser vendido por 22 anos devido ao alto risco de inflamabilidade, que resultava em um grande número de acidentes. Vale ressaltar que a venda do álcool em gel 70% continuará liberada, sendo apenas o álcool líquido proibido.

Vale lembrar que a decisão de permitir a venda do álcool líquido 70% em 2020 foi tomada devido à urgência de medidas preventivas para conter a propagação do novo coronavírus.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), aproximadamente um milhão de casos anuais de acidentes envolvem álcool no Brasil, com 300 mil desses casos ocorrendo com crianças menores de 12 anos.

Inicialmente, a permissão de venda tinha um prazo de 180 dias, mas foi prorrogada várias vezes devido à pandemia. A última autorização para comercialização do produto era válida até 31 de dezembro de 2023. No entanto, para esgotar os estoques em farmácias e lojas, foi estabelecido um prazo adicional de 120 dias, que se encerra agora em 30 de abril.

Supermercados não concordam com decisão

O membro do Conselho Federal de Química,Ubiracir Lima, esclarece que o álcool líquido foi substituído pelo gel em 2002 devido aos acidentes frequentes. Ele afirma que a eficácia na limpeza é a mesma em ambos os casos.

Além disso, o químico enfatiza que existem outros produtos aprovados pela Anvisa que podem ser utilizados na limpeza doméstica como alternativa ao álcool.

Por outro lado, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) se posiciona contrária à proibição. A entidade argumenta que os consumidores ficarão sem um produto de melhor custo-benefício.

A Associação acrescenta que desde dezembro está em diálogo com a Anvisa, pois há uma demanda dos consumidores e escassez de álcool líquido disponível para venda nos supermercados.