Na última quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tomou uma decisão já esperada pelo mercado: cortou a Taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p), fixando-a em 10,75%. 

Em meio a decisão do Copom, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), apresentou uma sessão de perdas nesta quinta-feira (21), após três altas consecutivas. O Banco Central, enfatiza a necessidade de se tornar cada vez mais dependente de dados para orientar suas próximas ações. 

Embora o mercado acionário não tenha reagido com entusiasmo a essa indicação – visto que juros mais altos tendem a diminuir o atrativo da renda variável -, os estrategistas da XP permaneceram firmes em sua visão otimista em relação à Bolsa brasileira. Eles mantêm a projeção de que o Ibovespa alcançará os 149 mil pontos até o final de 2024.

De acordo com analistas da XP, a expectativa é de que essa redução na taxa básica de juros pudesse seguir a lógica histórica de ser positivo para empresas e ativos de risco de forma geral. Levando em consideração os ciclos de corte de juros dos últimos 20 anos no Brasil, os estrategistas da XP destacaram que o Ibovespa registrou valorização em todos os seis ciclos de corte da taxa Selic durante esse período, com uma média de valorização de 38%. 

“É claro que a taxa Selic não é a única — ou a mais importante — determinante dos rumos para o índice Ibovespa. Recentemente, o macro global tem ganhado bastante relevância, afetando ações brasileiras principalmente pela saída do capital estrangeiro no ano de 2024″, informou a XP. 

Apesar das perdas registradas pelo Ibovespa após o anúncio do corte da Selic, a visão dos analistas permanece otimista. Eles apontam três razões principais para esse otimismo: o retorno dos fluxos de capital para o mercado, o valuation do Ibovespa que continua atrativo em comparação com sua média histórica e seus pares globais, e a percepção de que o ciclo de corte de juros ainda tem espaço para continuar. 

Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.