Em um encontro com investidores na última sexta-feira (8), o CEO da XP (XPBR31), Thiago Maffra, delineou uma ambiciosa visão para a instituição financeira, revelando planos para atingir uma participação de 14% a 15% no mercado de investimentos do Brasil até 2026. O líder destacou a necessidade de duplicar a fatia de mercado atual, que estava em 11% até setembro passado.

Maffra reconheceu o atual cenário desafiador, comparando-o a uma tempestade. Ele ressaltou que, embora seja um processo gradual, a XP está confiante de que o pior já passou. Nos últimos 12 meses, a instituição ganhou de 40 a 50 pontos base de market share, uma desaceleração em comparação aos anos anteriores.

De acordo com o CEO, mais de 70% dos investimentos permanecem nos grandes bancos, limitados em opções financeiras devido à ênfase na concessão de crédito. A XP concentra seus esforços no core business de investimentos, mirando na expansão da alta renda, um segmento com potencial para atrair 30 milhões de novos clientes.

Maffra sublinhou que a qualidade dos serviços financeiros é a terceira onda de evolução da XP, após diversificação de produtos e ampliação de distribuição. Ele enfatizou a importância da assessoria de alta qualidade como estratégia para ganhar participação de mercado.

No âmbito da venda cruzada, o CEO destacou o compromisso da XP em criar “engajamento de alta qualidade” para expandir o mercado abordável. A meta é gerar receita adicional de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões até 2026, com foco especial no sucesso do cartão de crédito como produto de venda cruzada.

Além disso, Maffra revelou planos para oferecer soluções de alta qualidade para clientes corporativos, especialmente pequenas e médias empresas, identificadas como uma oportunidade significativa de disrupção e penetração no mercado. A XP projeta um crescimento de receitas nesse segmento de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões até 2026.

Guindance XP

Em um novo guidance, a XP prevê receitas brutas entre R$ 22,8 bilhões e R$ 26,8 bilhões em 2026, indicando um aumento substancial em comparação com os R$ 14,8 bilhões acumulados nos doze meses até setembro deste ano. A instituição também almeja atingir uma margem EBT entre 30% e 34% em 2026, um aumento significativo em relação aos 26% registrados no terceiro trimestre.

Apesar das projeções otimistas, o CFO Bruno Constantino expressou cautela em relação à macroeconomia, destacando que a XP está preparada para enfrentar possíveis desafios, mantendo a confiança na entrega das metas estabelecidas.