Previsões da XP para frigoríficos em 2024 revela perspectivas otimistas para BRF, Seara e mais
Na última semana, a XP Investimentos promoveu encontros estratégicos com investidores e empresas de frigoríficos, atuantes no segmento avícola, incluindo a São Salvador Alimentos (SSA) e a GT Foods. Como resultado dessas reuniões, a corretora identificou três conclusões relevantes para os frigoríficos: De maneira geral, a XP demonstrou um viés mais otimista e reafirmou sua […]

Na última semana, a XP Investimentos promoveu encontros estratégicos com investidores e empresas de frigoríficos, atuantes no segmento avícola, incluindo a São Salvador Alimentos (SSA) e a GT Foods.
Como resultado dessas reuniões, a corretora identificou três conclusões relevantes para os frigoríficos:
- As recentes adaptações na oferta ultrapassaram a produção de pintos de corte, gerando um ambiente de oferta e demanda mais equilibrado, pelo menos até o término do primeiro trimestre de 2024.
- Apesar da redução nos custos, as projeções de vendas para o mesmo período estão sustentando preços mais favoráveis.
- As exportações apresentaram melhorias, embora permaneçam como um potencial fator de risco para o ano de 2024.
De maneira geral, a XP demonstrou um viés mais otimista e reafirmou sua preferência pela BRF (BRFS3) como sua principal escolha entre os frigoríficos. A corretora expressa expectativas de uma recuperação nas margens da Seara, respaldada por uma estratégia mais precisa em relação aos grãos e um programa contínuo de eficiência operacional, que tem demonstrado resultados tangíveis. Nesse contexto, a XP prevê que a BRF continuará superando seus concorrentes no setor.
Frigoríficos têm melhor ambiente para oferta e preços em 2024
No decorrer deste ano, o setor avícola enfrentou desafios, notadamente uma redução na produção de pintos de corte, registrando 607,9 milhões em maio e, segundo dados preliminares, aproximadamente 559,4 milhões em novembro. Além disso, houve uma diminuição na produção de matrizes, atingindo cerca de 4,5-4,6 milhões, em comparação com o pico anual de 5,2 milhões, e uma redução de até 10% no peso de abate das aves.
A convergência desses fatores está prevista para criar um ambiente favorável de oferta, pelo menos até o final do primeiro trimestre de 2024. Apesar do aumento nas margens, as empresas do setor não antecipam uma recuperação significativa na produção de pintos de corte no curto prazo, deixando um espaço considerável até que a dinâmica da oferta e demanda se reequilibre, estimada em cerca de 575 milhões na produção de pintos de corte.
Apesar da queda nos custos, impulsionada pelo ajuste na oferta, a maioria das empresas está operando com estoques abaixo da média histórica. Além disso, a ascensão recente nos preços da carne bovina tem contribuído e se espera que continue beneficiando os preços das aves ao longo de 2024, impulsionada pela desaceleração no abate de bovinos, conforme observado pelas empresas do setor.
Por fim, as empresas expressam confiança de que a tradicional queda sazonal nos resultados do primeiro trimestre poderá ser menos pronunciada em 2024, consolidando assim as perspectivas otimistas para o setor.
XP vê melhora para exportações, mas preços dos grãos preocupam
O setor de exportação atingiu uma estabilização, sinalizando perspectivas mais promissoras devido à redução de custos, após um período marcado por uma forte queda nos preços. Apesar de uma demanda ainda lenta na China e no Japão, os efeitos adversos da taxa de câmbio no Japão também estão presentes.
Em uma nota positiva, as empresas destacaram uma dinâmica positiva na demanda nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita. Além disso, ambas as empresas expressaram otimismo em relação aos volumes para o México em 2024, especialmente diante da expectativa de uma redução na produção de carne nos EUA no próximo ano, abrangendo aves e carne bovina.
Embora, há dois meses, a estratégia do setor fosse adiar a originação para 2024 devido a uma visão pessimista sobre os preços dos grãos, houve uma mudança devido às adversidades climáticas. As empresas, de forma geral, enfrentam a necessidade de adquirir milho para os próximos 4-5 meses, mantendo-se atraídas pelos preços ainda favoráveis.
As empresas compartilham a visão da XP de que é prematuro avaliar uma possível perda na colheita da safrinha em 2024, embora este seja um aspecto a ser monitorado de perto.
Por fim, no segmento de frigoríficos, a XP recomenda a compra da BRF, estabelecendo um preço-alvo de R$ 15,70, com um potencial de alta de 12%. Por volta das 12h10 desta segunda-feira (27), a ação registrava um avanço de 2,49%.