Captações no mercado de capitais atinge terceiro maior volume do ano em outubro
O mês de outubro destacou-se no mercado de capitais brasileiro ao registrar o terceiro maior volume de captações em 2023, totalizando expressivos R$ 46,1 bilhões em emissões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A Anbima revela que a média de emissões no segundo semestre permaneceu acima de […]

O mês de outubro destacou-se no mercado de capitais brasileiro ao registrar o terceiro maior volume de captações em 2023, totalizando expressivos R$ 46,1 bilhões em emissões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A Anbima revela que a média de emissões no segundo semestre permaneceu acima de R$ 40 bilhões, aproximadamente o dobro do volume emitido no primeiro semestre, que foi de cerca de R$ 20 bilhões, como apontado em seu relatório.
Debêntures sobressaem-se, respondendo por 61,7% das captações
No cenário das captações, as debêntures foram protagonistas em outubro, representando expressivos 61,7% do total, equivalente a R$ 28,5 bilhões. Na sequência, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) alcançaram 13,2% (R$ 6,1 bilhões), seguidos pelos fundos imobiliários (FIIs), com 8,1% (R$ 3,7 bilhões).
No acumulado de janeiro a outubro, o montante captado atingiu R$ 337,3 bilhões, marcando uma redução em comparação ao mesmo período de 2022, que registrou R$ 445,9 bilhões. No âmbito das debêntures, o acumulado atingiu R$ 170,4 bilhões, inferior aos R$ 226,1 bilhões do ano anterior.
Renda variável e desempenho na Bolsa de Valores
Em relação à renda variável, outubro figurou à frente apenas dos meses de janeiro e fevereiro em captações, atingindo R$ 214 milhões, exclusivamente de follow-ons. A Anbima destaca que esse é o menor volume observado no ano, influenciado pela ausência de emissões de IPOs desde fevereiro de 2022.
O relatório evidencia que a destinação de recursos das debêntures foi liderada pela gestão de negócios (38,2%), seguida pela infraestrutura (34,8%) em comparação com o mês anterior. O prazo médio das debêntures emitidas em 2023 aumentou para 8,9 anos, impulsionado pelo crescimento das emissões de debêntures incentivadas, que apresentam prazos superiores às debêntures corporativas.
Entre agosto e outubro, as debêntures incentivadas mais que dobraram as emissões no ano, passando de R$ 22,4 bilhões até agosto para R$ 51,4 bilhões até outubro. Essa modalidade permite que empresas captem recursos no mercado para financiar projetos de infraestrutura, proporcionando aos investidores isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos.
Títulos de securitização: volume de R$ 12,2 bilhões movimentados em outubro
Os títulos de securitização, como Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), movimentaram conjuntamente R$ 12,2 bilhões em outubro. Esse valor supera a média mensal do ano e tem se mantido acima dos R$ 10 bilhões desde julho, com destaque para os recebíveis imobiliários e do agronegócio, este último registrando o melhor resultado desde o início do ano, com R$ 6,1 bilhões. Os CRIs emitiram R$ 3,2 bilhões e os FIDCs, R$ 2,9 bilhões.
Recomendações da XP para novembro
Analistas da XP recomendam pelo menos cinco recebíveis em novembro, sendo quatro do agronegócio e um imobiliário. Os papéis de Localiza, Marfrig, Raízen, Rede D’Or e Klabin são indicados.
É importante notar que CRIs e CRAs não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e estão sujeitos a riscos de mercado, liquidez e crédito.