JPMorgan eleva recomendação ISAE4 para compra e projeta alta de 20% até 2026
Após meses apagada, ISAE4 ganha status de compra com aposta em juros mais baixos e viradas regulatórias. Vale a pena investir?
O JPMorgan promoveu uma dupla elevação na recomendação das ações da ISA Energia (ISAE4), passando de underweight para overweight (movimento que equivale a uma mudança de venda para compra) e revisou para cima o preço-alvo do papel para o fim de 2026, de R$ 26,50 para R$ 30, o que representa um potencial de retorno total próximo de 20%.
Segundo o banco, a ação apresenta uma assimetria de risco positiva após desempenho inferior ao do setor elétrico, com fatores relevantes de valorização ainda não precificados pelo mercado. No cenário-base do JPMorgan, a ISA Energia opera com uma taxa interna de retorno real estimada em 9,8%, considerada atrativa diante dos possíveis catalisadores à frente.
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Por que as ações ISA Energia (ISAE4) estão em alta?
Entre os principais vetores de alta identificados pelo banco estão questões regulatórias, disputas judiciais e o ambiente macroeconômico. No campo regulatório, o JPMorgan estima cerca de R$ 500 milhões em valor presente líquido (VPL) associados a discussões sobre investimentos passados que não teriam sido remunerados de forma adequada.
Já no eixo jurídico, o banco destaca negociações em andamento com o governo do Estado de São Paulo relacionadas a custos de fundos de pensão que hoje são arcados pela companhia, com potencial de impacto entre 23% e 33% do VPL da empresa.
No cenário macroeconômico, a ISA Energia tende a se beneficiar de um ciclo de queda da Selic. De acordo com o relatório, cada redução de 100 pontos-base na taxa básica de juros pode gerar um aumento de cerca de 3% no lucro por ação estimado para os anos de 2026 e 2027. O efeito é amplificado pela estratégia da empresa de alongar a duração de seus fluxos de caixa (estimada em cerca de nove anos) por meio de crescimento orgânico e aquisições.
“Somos mais otimistas especialmente em relação aos riscos regulatórios e ao cenário macroeconômico”, apontam os analistas do JPMorgan.
Pontos sensíveis na avaliação do JP Morgan
Apesar da visão mais construtiva, o banco também destaca riscos relevantes. A alavancagem financeira da ISA Energia é estimada em aproximadamente quatro vezes a relação dívida líquida/Ebitda entre 2026 e 2029, o que pode limitar a flexibilidade financeira em determinados cenários.
Outro ponto de atenção é a possibilidade de pressão vendedora relacionada à participação de 21% detida pela Axia (AXIA3), considerando declarações anteriores sobre potenciais desinvestimentos.
Ainda assim, o JPMorgan avalia que o balanço entre riscos e oportunidades favorece uma visão mais positiva para o papel no médio e longo prazo, justificando a elevação da recomendação para compra.
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