Com o mercado de renda fixa privada em constante crescimento, a XP está lançando a X.Bridge, uma plataforma eletrônica de negociação de diversos ativos, incluindo debêntures, CRIs, CRAs (certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio) e títulos de emissão bancária. O intuito é simplificar e agilizar as transações, impulsionando a liquidez no mercado secundário.

Até o momento, a plataforma X.Bridge está disponível somente aos investidores institucionais, como fundos de investimento e fundações de previdência, que movimentam quantias expressivas de centenas de milhares ou até milhões de reais por transação. Aqueles que operam nessas instituições poderão visualizar preços, volumes e atributos da última melhor oferta enviada pela plataforma ao utilizar a plataforma X.Bridge.


De acordo com Lucas Rabechini, diretor de Produtos Financeiros da XP, a X.Bridge não é uma bolsa de valores para produtos de renda fixa, mas sim uma plataforma de negociação desenvolvida especialmente para atender às necessidades dos clientes da XP. Todas as transações realizadas na plataforma são registradas na Cetip no momento de sua conclusão.

O modelo adotado pela X.Bridge se baseia em experiências internacionais, como as plataformas Tradeweb e Market Axess, ambas sediadas em Nova York e líderes na negociação de renda fixa entre investidores institucionais. Entretanto, as particularidades do mercado brasileiro exigiram um desenvolvimento próprio e um investimento significativo, na ordem das “dezenas de milhões de reais”, como explicou Rabechini.

Para ilustrar, no exterior, os operadores e investidores utilizam o preço dos títulos como referência, enquanto no Brasil o enfoque está nas taxas oferecidas. Adicionalmente, a remuneração é calculada no país com base em um ano de 252 dias úteis, enquanto em outros países é considerado um ano de 360 dias corridos.

Conforme destaca Rabechini: “Quanto mais transparência é fornecida para esse mercado, maior a probabilidade de aumentar a liquidez e reduzir a diferença de taxas entre compradores e vendedores”. 

Ele acrescenta ainda que “é uma situação vantajosa para todos: a corretora observa o crescimento no volume de negociações e o cliente obtém mais poder de escolha e uma melhor execução”.

Os investidores individuais não poderão negociar debêntures diretamente através da plataforma – porém, deverão ser beneficiados também, afirmam os executivos. Isso porque, segundo Rabechini, os preços apurados na X.Bridge serão utilizados como referência pela equipe que seleciona os produtos de renda fixa voltados à pessoa física que ficam disponíveis no home broker.

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