As ações da WEG (WEGE3) despencaram nesta quarta-feira (23), após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 (2T25). O desempenho abaixo do esperado em áreas estratégicas da companhia, como geração eólica e projetos industriais, levou os papéis a uma desvalorização de mais de 5% no pregão, reforçando um cenário de pressão que já acumula queda superior a 25% no ano.

Lucro cresce, mas ações da WEG caem após balanço do 2T25 decepcionar

Os investidores reagiram com forte pessimismo à publicação do balanço trimestral da WEG, mesmo com crescimento do lucro líquido e melhora nas margens operacionais. Por volta das 14h30, as ações da empresa caíam 5,25%, cotadas a R$ 39,15, após atingirem a mínima de R$ 38,68 — uma queda de 6,39%. Em 2025, os papéis já acumulam uma retração de 25,76%, segundo dados da B3.

O que motivou essa reação negativa do mercado não foi exatamente a lucratividade da companhia, mas sim a frustração com o crescimento da receita, que ficou abaixo do consenso dos analistas. A receita líquida do trimestre foi de R$ 10,21 bilhões, uma alta de 10,1% em relação ao ano anterior, enquanto o lucro líquido somou R$ 1,59 bilhão, com avanço de 10,4%. O Ebitda totalizou R$ 2,26 bilhões, com margem de 22,1%, representando um aumento de 6,5%.

Mesmo com esses números positivos, o mercado esperava mais. De acordo com análises do BTG Pactual, Itaú BBA e Banco Safra, os resultados ficaram entre 6% e 7% abaixo das estimativas, com destaque negativo para o segmento de geração, transmissão e distribuição (GTD), penalizado pela ausência de novos projetos eólicos no Brasil.

Analistas apontam enfraquecimento de receita e pressão sobre rentabilidade

Segundo o BTG Pactual, o que pesou foi o crescimento mais fraco da receita, que acabou ofuscando o desempenho operacional. A instituição alertou para a desaceleração em áreas críticas como geração eólica, mesmo com bons volumes em geração solar e em transmissão e distribuição.

Já o Banco Safra classificou o relatório como “pouco inspirador”, chamando atenção para o crescimento real da receita ajustado por câmbio e aquisições, que ficou em 6,3% em reais e -2,3% em dólares. O banco também destacou a queda do ROIC (Retorno sobre o Capital Investido), de 34,5% para 32,9%, o que indica uma possível deterioração da rentabilidade futura da empresa.

O Itaú BBA, por sua vez, já esperava um trimestre mais contido, mas pontuou que, sem a alíquota de Imposto de Renda reduzida (17%), o lucro teria ficado 9% abaixo das expectativas. A casa prevê que os resultados poderão levar a uma revisão para baixo nas projeções de lucro para 2025 e 2026, embora tenha mantido a recomendação outperform para o papel.

Mesmo com queda nas ações, analistas veem oportunidade de entrada

Apesar da forte queda no pregão, BTG e BBA enxergam a desvalorização como uma possível janela de entrada atrativa para investidores de longo prazo. Os analistas destacam que, mesmo com os desafios atuais, a WEG continua sendo negociada a 23 vezes o lucro estimado para 2026, o que pode representar um valuation razoável para quem busca se posicionar em empresas resilientes.

WEG destaca resiliência e avanço fora do Brasil

Em comunicado ao mercado, a WEG reconheceu os desafios enfrentados no Brasil, especialmente a desaceleração nos investimentos industriais e a retração na geração eólica. No entanto, a empresa reforçou sua capacidade de adaptação, destacando o crescimento das exportações, o desempenho positivo nas operações da América do Norte e o bom ritmo de entregas em transmissão, distribuição e geração solar.

A companhia reafirmou seu compromisso com a rentabilidade de longo prazo e ressaltou que continua investindo em inovação e novos mercados, mesmo em um ambiente global mais cauteloso.

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