Na última quarta-feira (31), a Venezuela vivenciou um cenário de paralisia geral e alta tensão devido à crise eleitoral em curso. Lojas e transporte público foram interrompidos, com muitos venezuelanos optando por permanecer em casa. A controvérsia envolve uma eleição presidencial contestada, onde o atual presidente, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor, mas a oposição alega fraude eleitoral significativa. Esta situação desencadeou uma série de eventos que aumentaram a pressão internacional sobre o governo venezuelano e acirrou os protestos nas ruas.

O atual presidente, Nicolás Maduro, foi anunciado como vencedor pela autoridade eleitoral venezuelana, recebendo 51% dos votos, segundo o governo. No entanto, a oposição, liderada pelo candidato Edmundo González, contesta esse resultado. Alegações de fraude são amplamente divulgadas, com a oposição afirmando que a contagem de cerca de 90% dos votos revela uma vitória para González, que teria recebido mais de o dobro dos votos de Maduro. O site da oposição apresentou dados detalhados das urnas eletrônicas, mostrando González com 67% dos votos contra 30% de Maduro, com base em 82% das seções eleitorais.

A comunidade internacional reagiu com crescente preocupação diante da falta de transparência na eleição. Países como os Estados Unidos e o Brasil estão pressionando o governo venezuelano para divulgar os resultados completos da eleição. O Carter Center, uma respeitada organização de monitoramento eleitoral, declarou que a eleição não pode ser considerada democrática. Segundo o Carter Center, a eleição foi marcada por um processo tendencioso a favor de Maduro e a ausência de resultados desagregados constitui uma “violação grave” do processo eleitoral.

O governo de Nicolás Maduro atribui a falta de totais abrangentes de votos a uma suposta interferência no sistema de contagem, originária da Macedônia do Norte. No entanto, não foram apresentadas evidências substanciais para corroborar essa alegação. Essa falta de transparência contribuiu para o aumento das dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, aprofundando a crise política no país.

A crise eleitoral gerou uma série de protestos em todo o país, muitos dos quais se tornaram violentos. A Human Rights Watch relatou que pelo menos 20 pessoas morreram em manifestações pós-eleitorais. O governo de Maduro e seus aliados nas Forças Armadas descreveram os protestos como uma tentativa de golpe. Em resposta, a oposição lançou um site com contagens detalhadas dos votos, desafiando os resultados oficiais e expondo a crise de confiança no sistema eleitoral venezuelano.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.