Varejo em 2025: roupas e carros crescem, livros e móveis registram queda
O varejo em 2025 apresenta resultados variados: roupas e veículos mostram crescimento significativo, enquanto livros, móveis e combustíveis enfrentam retração ou estagnação.
Varejo em 2025 roupas e carros crescem, livros e móveis registram queda
O varejo em 2025 apresenta um cenário marcado por variações expressivas entre diferentes segmentos do mercado brasileiro. De acordo com dados divulgados pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo) da FIA, o desempenho do comércio varejista entre junho e agosto revela crescimento em setores como roupas e veículos, enquanto segmentos como livros, móveis e combustíveis enfrentam retração ou estagnação.
Leia também: TOP 10 melhores consórcios de carros em 2025
Desempenho heterogêneo do varejo em 2025
Os resultados do Ibevar mostram que o varejo brasileiro tem reagido de formas distintas às mesmas condições macroeconômicas. O varejo restrito, que inclui bens semi-duráveis e essenciais, como alimentos e produtos de higiene pessoal, apresentou uma leve queda de 0,42%. Já o varejo ampliado, que compreende também bens duráveis como veículos e materiais de construção, registrou crescimento de 1,69%. Isso indica que a preferência dos consumidores está mais voltada para investimentos em bens duráveis, possivelmente impulsionados por condições de financiamento favoráveis ou pela necessidade de renovação, conforme análise de Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar.
Roupas e veículos lideram crescimento no varejo
O segmento de tecidos, vestuário e calçados destacou-se no período, com crescimento expressivo de 5,71%. Veículos, motos, partes e peças também tiveram alta significativa de 4,72%, demonstrando uma recuperação da confiança do consumidor em produtos duráveis e semi-duráveis. Outros artigos de uso pessoal e doméstico cresceram 3,47%, reforçando o interesse em itens que contribuem para o bem-estar e a personalização do lar.
Esse movimento positivo pode ser explicado tanto pela melhora nas expectativas econômicas quanto pela necessidade de reposição de estoques represados em períodos anteriores. Para quem acompanha a economia brasileira, é possível relacionar esse crescimento ao aquecimento da atividade econômica, prevista para atingir 2,20% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.
Setores que enfrentam dificuldades no varejo de 2025
Enquanto alguns segmentos avançam, outros sofrem com a mudança de hábitos dos consumidores. O setor de livros, jornais, revistas e papelaria registrou a maior queda, de 7,44%, influenciado pela digitalização e transformação do consumo cultural. Móveis e eletrodomésticos também recuaram 1,72%, o que indica cautela nas compras de bens de maior valor agregado.
Além disso, segmentos como combustíveis, lubrificantes e equipamentos de informática não registraram variação no período, sugerindo uma possível saturação ou substituição tecnológica, especialmente no caso dos equipamentos eletrônicos.
Impacto das condições macroeconômicas e da taxa Selic no varejo em 2025
A atual conjuntura econômica é marcada por uma taxa básica de juros (Selic) em 14,75%, o maior nível desde 2006, e que deve permanecer nesse patamar até o final do ano. Essa política monetária rígida visa conter a inflação, que, embora tenha tido sua projeção reduzida para 5,25% em 2025, continua acima da meta oficial de 3%.
Segundo especialistas, os efeitos das mudanças na Selic costumam ser sentidos após cerca de seis meses, o que significa que os consumidores e o varejo ainda estão assimilando os impactos das altas iniciadas em setembro de 2024. Essa realidade deve influenciar a capacidade de crescimento dos setores que apresentaram desempenho positivo.