Trump desiste de demitir Jerome Powell
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu não demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após conselhos de assessores jurídicos e riscos alertados por ministros de seu governo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (22) que não tem a intenção de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, após dias de especulações e discussões públicas sobre a possibilidade de sua remoção. A decisão segue uma série de críticas intensas de Trump ao Fed, que, segundo ele, não tem reduzido as taxas de juros o suficiente para impulsionar a economia americana. Porém, a orientação dada por conselheiros de alto escalão e assessores jurídicos pesou na decisão final de Trump, que agora busca acalmar os mercados financeiros e evitar uma crise interna.
Pressão e riscos jurídicos
A decisão de Trump de não seguir adiante com a demissão de Powell não foi simples. Fontes da Casa Branca revelaram que assessores jurídicos estudaram várias opções legais para remover Powell da presidência do Fed, mas esse movimento poderia gerar uma enorme crise nos mercados financeiros e um impasse jurídico significativo. A remoção de um presidente do banco central americano é uma ação rara e arriscada, com potenciais efeitos dominó que poderiam afetar a confiança dos investidores.
Dois dos principais conselheiros de Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Howard Lutnick, alertaram o presidente sobre os riscos dessa ação, sugerindo que a demissão de Powell não traria os resultados desejados. Eles argumentaram que outros membros do Conselho do Fed provavelmente manteriam uma política monetária semelhante à atual, com taxas de juros ainda elevadas. A avaliação interna foi clara: a medida não traria mudanças significativas e poderia, ao contrário, causar um dano considerável à imagem do governo, além de aumentar a volatilidade nos mercados financeiros.
O impacto econômico e a estratégia de Trump
A pressão sobre Powell começou após a intensificação das críticas públicas de Trump, que vem argumentando que o Fed não tem acompanhado as necessidades da economia americana, especialmente em um momento de desaceleração econômica. Para Trump, o momento era ideal para o corte das taxas de juros, com o objetivo de estimular o crescimento. A falta de ação do Fed foi uma das principais queixas do presidente, que considera as altas taxas de juros como um obstáculo ao desenvolvimento econômico.
No entanto, ao revisar os riscos e considerar os conselhos de seus assessores, Trump parece ter optado por uma estratégia mais cautelosa. Em sua declaração pública, o presidente tentou tranquilizar os mercados, afirmando que a falta de redução nas taxas de juros não significa que a economia americana esteja em uma trajetória irreversível. A mensagem foi clara: a situação não é ideal, mas a crise não está iminente. A preocupação com os impactos negativos de um embate com Powell ficou evidente.
Tarifas chinesas
Além da questão envolvendo o Federal Reserve, o presidente Trump também abordou outro tema de grande relevância econômica: as tarifas sobre as importações chinesas. Nos últimos meses, as tarifas impostas à China têm sido alvo de críticas por parte de grandes varejistas americanos, como Walmart e Home Depot, que alertaram sobre o impacto das tarifas nos preços ao consumidor. Em resposta, Trump reconheceu que as tarifas de 145% sobre as importações chinesas “são muito altas” e indicou sua intenção de reduzi-las substancialmente, embora os detalhes dessa mudança ainda estejam sendo discutidos.
A sinalização de Trump sobre uma possível redução nas tarifas sobre a China tem o potencial de impactar significativamente os preços no mercado interno e aliviar a pressão sobre os consumidores americanos. No entanto, o cenário continua sendo analisado de perto pelos especialistas, já que as mudanças nas tarifas podem afetar a dinâmica da guerra comercial entre os dois países.