O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, declarou que a inclusão da taxação dos super-ricos na declaração final do G20 será uma vitória histórica para o Brasil. Durante a cúpula do G20, que ocorre anualmente, a questão da desigualdade econômica será debatida de forma profunda, com a possibilidade de que, pela primeira vez, uma resolução internacional sobre a necessidade de taxar as grandes fortunas seja aprovada. Essa proposta foi um dos pilares do trabalho realizado pelo Brasil ao longo de 2024, como parte da sua estratégia no fórum internacional.

O que é a taxação dos super-ricos e como ela foi levada ao G20?

A proposta de taxar os super-ricos é uma medida para combater a crescente desigualdade econômica global, que tem se acentuado nos últimos anos. A ideia é que as grandes fortunas contribuam mais para a sociedade, por meio de impostos que ajudem a financiar políticas públicas, como a saúde e a educação, além de combater a fome e a pobreza. A taxação visa criar uma rede de proteção social mais justa, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde as disparidades de riqueza são cada vez mais evidentes.

Paulo Pimenta explicou que o governo brasileiro tem se dedicado a esse tema durante todo o ano, com o objetivo de colocá-lo na agenda de discussões da cúpula do G20. A proposta foi um dos principais pontos defendidos pelo Brasil, e a inclusão dessa resolução na declaração final representaria uma importante vitória diplomática para o país. Segundo o ministro, a taxa sobre os super-ricos poderia ajudar a equilibrar as relações econômicas internacionais e a reduzir a pressão sobre as classes médias e os mais pobres.

O papel do Brasil na cúpula do G20: uma aliança global contra a fome e a pobreza

Além da taxação dos super-ricos, o Brasil tem se destacado no G20 por sua liderança em questões de combate à pobreza e à fome. Na abertura da cúpula de 2024, o Brasil lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa voltada para unir países em torno de um objetivo comum: erradicar a fome no mundo e promover o desenvolvimento sustentável em regiões mais afetadas pela desigualdade. O Brasil tem sido um defensor de soluções globais para esses problemas e buscado o apoio internacional para enfrentar a crise alimentar crescente, exacerbada pela pandemia e pela inflação.

A criação da Aliança é um exemplo concreto de como o Brasil tem se posicionado no G20. Segundo Pimenta, a iniciativa já tem uma agenda definida e foi acompanhada de um financiamento inicial para garantir que as metas possam ser cumpridas. A proposta visa apoiar países em desenvolvimento, com foco em soluções sustentáveis e ações conjuntas entre nações mais ricas e mais pobres.

A crescente disparidade de riqueza no mundo tem sido uma preocupação crescente de organizações internacionais como a ONU e o FMI. Estudos indicam que as 1.000 pessoas mais ricas do mundo possuem mais riqueza do que as 4 bilhões mais pobres. O Brasil, ao apresentar a proposta de taxar os super-ricos, busca não apenas um modelo de economia mais justo, mas também combater a fuga de capital para paraísos fiscais, onde grandes fortunas estão muitas vezes imunes a uma tributação justa.

A taxação dos super-ricos não é uma proposta nova, mas foi reforçada nas últimas décadas como uma necessidade urgente. Em 2024, o governo brasileiro conseguiu articular o tema dentro do G20, com o apoio de outros países, para garantir que a proposta ganhasse força no cenário internacional. Caso a resolução seja aprovada, ela poderá criar um precedente importante para futuras discussões sobre a justiça fiscal global.