Na quarta-feira, 19 de fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma denúncia formal da Procuradoria-Geral da República (PGR) que o acusa de tentativa de golpe de Estado, o que gerou reações em diversos setores políticos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), se manifestaram publicamente em defesa de Bolsonaro, reiterando sua confiança no ex-presidente e em sua postura em defesa da democracia. Este acontecimento, que está no centro das discussões políticas, gerou repercussão e trouxe à tona diferentes posições sobre as acusações que o ex-presidente enfrenta.

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Denúncia da PGR

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é baseada em acusações severas contra o ex-presidente Bolsonaro. O Ministério Público Federal o acusa de envolvimento em cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Caso as acusações sejam confirmadas judicialmente, Bolsonaro pode enfrentar uma pena de até 46 anos de prisão.

Essas acusações estão relacionadas ao contexto das tentativas de minar a estabilidade democrática e de interferir no processo eleitoral após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022. O ex-presidente, que continua sendo uma figura polarizadora no cenário político brasileiro, sempre negou qualquer envolvimento em tentativas de desestabilização da democracia.

A defesa de Tarcísio de Freitas: “Estamos juntos, presidente”

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se posicionou em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele “jamais compactou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do estado democrático de direito”. Tarcísio ressaltou, em suas declarações no Twitter (agora X), que Bolsonaro é uma “principal liderança política do Brasil” e reforçou seu apoio incondicional ao ex-presidente: “Estamos juntos, presidente”. A manifestação de apoio de Tarcísio ocorre em um momento de grande tensão política e mostra sua aproximação com Bolsonaro, em um contexto em que as críticas à administração atual ganham força, principalmente por parte da oposição.

Ricardo Nunes também defende Bolsonaro e destaca os direitos constitucionais

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também se pronunciou sobre as acusações e defendeu o ex-presidente. Nunes enfatizou que, como em qualquer democracia, o ex-presidente deve ser tratado com a presunção de inocência e com o direito à ampla defesa, princípios garantidos pela Constituição brasileira. “Em um estado democrático de direito, a presunção de inocência e o direito à ampla defesa e ao contraditório devem prevalecer em absoluto”, afirmou o prefeito no X. Esse posicionamento também reflete a postura de Nunes em relação ao ex-presidente, reforçando sua confiança no “espírito público e democrático” de Bolsonaro, mesmo diante das graves acusações.

A reação de Bolsonaro à denúncia: sem preocupação

Em meio à apresentação da denúncia, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, se mostrou tranquilo. Durante sua visita ao Senado, ele declarou que não tem “nenhuma preocupação. Zero!” sobre a possibilidade de enfrentar um processo judicial. Essa reação denota uma tentativa de Bolsonaro de transmitir uma imagem de serenidade, apesar da gravidade das acusações. Ele também se manifestou de forma irônica em relação à denúncia da PGR, que ainda não havia sido completamente publicada na mídia. Em sua fala, Bolsonaro criticou o trabalho das autoridades responsáveis pelas investigações, alegando que não teve acesso à delação do tenente-coronel Mauro Cid e à minuta de golpe.

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Bolsonaro se reúne com deputados de oposição em Brasília

Enquanto as acusações ganham força, Bolsonaro segue realizando encontros com deputados da oposição. Na mesma data da denúncia, o ex-presidente se reuniu com parlamentares na casa do líder da oposição na Câmara, deputado Coronel Zucco (PL-RS), para discutir estratégias e reforçar alianças políticas. Esse movimento fortalece a figura de Bolsonaro como uma liderança política ativa, especialmente entre os aliados que o apoiam contra as acusações da PGR.

Críticas à Justiça Eleitoral e ao TSE

Além das críticas à investigação em andamento, Bolsonaro voltou a atacar a Justiça Eleitoral. Recentemente, ele acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de, sem provas, estar recebendo dinheiro de outros países para promover campanhas que incentivem jovens a não tirar o título de eleitor. Essas acusações sem evidências têm gerado ainda mais controvérsias e alimentado a polarização política no Brasil. Com o cenário eleitoral de 2024 se aproximando, Bolsonaro parece seguir em sua linha de confrontação com as instituições que considera contrárias a seus ideais.