SideWalk solicita recuperação judicial com dívidas de R$ 25,5 milhões
A marca de roupas SideWalk, conhecida por suas coleções de moda de inverno, entrou com um pedido de recuperação judicial para enfrentar dívidas que somam R$ 25,5 milhões. A decisão de buscar a recuperação judicial foi anunciada na última semana e está sendo processada na 3.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo (SP). A crise enfrentada pela empresa é atribuída a uma combinação de fatores externos e internos que impactaram severamente suas operações.
A SideWalk enfrenta uma crise financeira significativa, cujas raízes estão em uma série de desafios econômicos e ambientais. De acordo com a empresa, a pandemia de covid-19 teve um impacto devastador sobre seus negócios, ao lado do aumento nos preços dos aluguéis de shopping centers e das mudanças climáticas. Essas questões contribuíram para uma queda de 15% nas vendas da marca nos últimos 12 meses. A SideWalk, cuja principal atração são suas coleções voltadas para a moda de inverno, viu suas vendas diminuírem devido a condições adversas, incluindo o aumento do consumo via marketplaces e o alto custo de ocupação nos shopping centers.
Antes de optar pela recuperação judicial, a SideWalk tentou resolver sua crise financeira através de uma recuperação extrajudicial. O grupo buscou negociar com seus credores para chegar a um acordo que permitisse a recuperação fora dos tribunais. No entanto, as negociações não resultaram em um consenso, forçando a empresa a recorrer à recuperação judicial como solução para sua situação financeira.
O pedido de recuperação judicial da SideWalk abrange 21 das suas unidades operacionais, com outras 12 em fase de fechamento. A empresa também possui 20 franquias que não estão incluídas no processo de recuperação. Este fechamento parcial é uma estratégia para reduzir custos e focar na reestruturação das operações da empresa, enquanto busca estabilizar sua situação financeira.
Na petição apresentada ao tribunal, a SideWalk solicitou a antecipação do chamado “stay period”, uma medida que oferece proteção contra ações de credores até que o pedido de recuperação seja formalmente aceito pelo juiz. Além disso, a empresa pediu a manutenção dos serviços essenciais, como internet, luz e telefonia, para garantir que suas operações possam continuar durante o processo de recuperação judicial.
Entre os credores da SideWalk estão grandes empresas e fornecedores como Claro, Telefônica Brasil (dona da Vivo), America Net, Vogel, Terra, Telesp, Eletropaulo e Linx. A dívida com esses fornecedores contribui para a complexidade do processo de recuperação, exigindo uma abordagem cuidadosa e estruturada para a renegociação e o pagamento das obrigações pendentes.