O Santander Brasil (SANB11) anunciou, na noite da última quinta-feira (05), a emissão de mais de R$ 7,6 bilhões em letras financeiras subordinadas perpétuas, por meio de ofertas privadas a investidores.

Esses títulos oferecem uma opção de recompra a partir de 2029, condicionada à autorização prévia do Banco Central.

Conforme comunicado enviado à CVM, a emissão tem como objetivo reforçar o capital de nível 1 do patrimônio de referência (PR) do banco, o que resultará em um impacto positivo no seu índice de capitalização Nível 1.

O que são Letras Financeiras (LFs)?

As Letras Financeiras (LFs) são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras com prazos de vencimento mais longos, geralmente superiores a dois anos, e são projetadas para reforçar e alongar o perfil de capitalização dos bancos. Em alguns casos, esses títulos podem ser considerados no cálculo do Índice de Basileia, que mede a solidez financeira das instituições bancárias.

Assim como outros instrumentos de renda fixa, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), as LFs envolvem o empréstimo de dinheiro aos bancos, que oferecem em troca uma remuneração atrelada ao CDI.

No entanto, uma diferença importante é que as LFs não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que eleva o risco para os investidores. Como consequência desse risco mais elevado, as LFs costumam oferecer uma rentabilidade superior a outros títulos bancários.

Banco Itaú (ITUB4) também reforçou capital

O Santander não foi o único grande banco brasileiro a realizar uma emissão bilionária recentemente. No final de agosto, o Itaú Unibanco (ITUB4) também emitiu R$ 3,1 bilhões em letras financeiras subordinadas Nível 2, em uma oferta privada voltada para investidores profissionais.

Segundo o banco, a emissão contribui para o reforço do capital Nível 2, que é composto por instrumentos de dívida e impacta diretamente o patrimônio de referência. O Itaú estima que a emissão aumentará o índice de capitalização em 0,24 ponto percentual.

Essa emissão ocorre em meio a expectativas de investidores quanto à possível distribuição de dividendos extraordinários pelo Itaú Unibanco em 2024.