O Brasil teve uma ascensão significativa no ranking de felicidade da ONU, avançando 8 posições em relação ao ano passado. O país agora ocupa o 36º lugar no World Happiness Report 2024, que avalia a qualidade de vida e os índices de bem-estar de 147 países ao redor do mundo. O relatório, publicado nesta quinta-feira (20), aponta que o Brasil tem melhorado progressivamente, superando até a Argentina, que obteve um avanço mais modesto. O estudo, conduzido pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, é uma das fontes mais confiáveis de avaliação sobre o nível de felicidade global.

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O que está por trás do aumento no ranking de felicidade do Brasil?

A pesquisa leva em consideração uma série de indicadores que impactam diretamente o bem-estar da população, como a qualidade de vida, a confiança nas instituições, a renda per capita e as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social e econômico. Esses fatores são avaliados por meio de entrevistas conduzidas pela Gallup World Poll, que coletam dados de mais de 140 países. O Brasil, ao subir para a 36ª posição, confirma a tendência de crescimento no seu índice de felicidade, marcando um avanço de 8 posições em relação a 2023, quando ocupava o 44º lugar.

Esse avanço é ainda mais significativo, considerando o contexto de desafios econômicos e políticos enfrentados pelo país, refletindo, talvez, o impacto positivo de políticas públicas recentes que visam aumentar o bem-estar da população.

A queda de tradicionais líderes de felicidade: Estados Unidos e Alemanha

Apesar da ascensão do Brasil, alguns países tradicionalmente bem classificados no ranking sofreram quedas significativas. Os Estados Unidos e a Alemanha, que figuravam constantemente entre os 20 países mais felizes, não estão mais no top 20. Pela primeira vez em 20 anos, os EUA caíram para a 24ª posição, enquanto a Alemanha ficou em 22º lugar. Esse declínio reflete, possivelmente, o impacto de questões internas, como a polarização política e a crise econômica que afetaram tanto os cidadãos quanto a percepção geral da qualidade de vida.

O Reino Unido, que ocupa a 23ª posição, também apresenta uma queda em relação a anos anteriores, registrando a menor avaliação média de vida desde 2017, conforme apontado pelo estudo.

A Finlândia continua no topo: O que os países mais felizes têm em comum?

O World Happiness Report 2024 reafirma a Finlândia como o país mais feliz do mundo pelo oitavo ano consecutivo. A Dinamarca e a Islândia completam o pódio, ocupando respectivamente o e 3º lugares. Esses países se destacam por apresentarem elevados índices de confiança social, alta qualidade de vida e políticas públicas robustas, como os sistemas de saúde e educação universais, além de uma forte cultura de bem-estar social.

O sucesso desses países pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo um forte estado de bem-estar social, políticas de igualdade e uma estrutura de governança que promove a transparência e a confiança nas instituições públicas.

Brasil melhora mais do que a Argentina no ranking de felicidade

Além da ascensão do Brasil, o ranking de felicidade de 2024 também revela que a Argentina conseguiu avançar, mas de forma mais modesta. O país vizinho subiu da 48ª para a 42ª posição, mas permaneceu atrás do Brasil, que teve uma melhoria mais expressiva. Isso demonstra a importância dos investimentos em qualidade de vida e bem-estar, mesmo em contextos econômicos desafiadores.

Esse progresso pode ser um reflexo do foco crescente na redução das desigualdades sociais e do aumento de iniciativas voltadas para a melhoria do ambiente de trabalho e do acesso à educação e saúde no Brasil.

Qualidade de vida não está atrelada à riqueza material

Embora países mais ricos tendam a dominar as primeiras posições no ranking de felicidade, o estudo revela que riqueza material não é o único fator determinante para a felicidade. Países como a Costa Rica e o México, por exemplo, que ocupam posições mais altas no ranking, demonstram que fatores como confiança, apoio social e senso de comunidade são tão importantes quanto a prosperidade econômica para o bem-estar da população.

Essa análise reforça a ideia de que a felicidade é multifacetada e depende de uma combinação de fatores psicológicos, sociais e econômicos. Para o Brasil, isso pode indicar um caminho promissor, onde não apenas a estabilidade econômica, mas também as políticas de inclusão social, se mostram fundamentais para o bem-estar de seus cidadãos.