A Prio (PRIO3) comunicou ao mercado que firmou um acordo para adquirir os 40% de participação da Sinochem no campo de Peregrino, localizado no Rio de Janeiro, por US$ 1,9 bilhão. O negócio foi anunciado na tarde da última quinta-feira (26) e deve ser formalizado hoje, através da publicação de um fato relevante.

Na quarta-feira, a Prio já havia informado que estava em negociações para finalizar a transação. A Equinor, empresa norueguesa, mantém os 60% restantes do campo e é sua operadora.

Segundo a ANP, em julho, o campo de Peregrino produziu 78 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), com a participação da Sinochem representando 31 kboed. No segundo trimestre, a produção média da Prio foi de 90 kboed.

Compra da Prio já é esperada

Através de um relatório, o BTG Pactual destacou que não ficaria surpreso com a concretização do acordo da Prio para adquirir a participação da Sinochem no campo de Peregrino. O banco lembrou que a administração da empresa já vem sinalizando sua estratégia de gerar valor aos acionistas por meio de fusões e aquisições.

Os analistas apontam que a compra não apenas seria positiva, mas também potencialmente transformadora para a petroleira. Segundo eles, com base em suposições conservadoras feitas algumas semanas atrás sobre o campo Peregrino, as TIRs (Taxa Interna de Retorno) denominadas em dólar poderiam se aproximar de 20% ao preço de aquisição.

Além disso, o BTG ressalta que o modelo atual não inclui possíveis reduções no Opex (despesas operacionais), que atualmente gira em torno de US$ 450 milhões por ano, devido a custos elevados de energia, já que a plataforma de Peregrino usa diesel ao invés de gás para geração de energia. Caso esse problema seja solucionado, o potencial de valor seria ainda maior nas estimativas do banco.

Por fim, o BTG sugere que essa aquisição pode ser o primeiro passo em uma estratégia mais ampla para a compra total do campo, e não descarta a possibilidade de a Equinor vender sua participação nos próximos anos. 

O banco mantém a recomendação de compra das ações da Prio, que continua sendo sua principal escolha no setor. As ações estão sendo negociadas a um rendimento de 18% FCFE para 2025 e 29% para 2026, com base nos preços do Brent de US$ 75 e US$ 70 por barril, respectivamente.

Já o Goldman Sachs, apesar de não comentar diretamente sobre a probabilidade da transação, destacou que a administração da Prio já argumentou anteriormente que prefere alocar capital em projetos de maior retorno, buscando TIRs superiores a 20% em dólares, ao invés de focar em distribuir dividendos aos acionistas.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.