Priner (PRNR3) avança com aquisição estratégica: ações sobem 10% após compra da real estruturas
Na terça-feira (20), a Priner (PRNR3) fez um movimento estratégico ao anunciar a aquisição de 100% da Real Estruturas, uma empresa líder no setor de montagem industrial. A transação, avaliada em aproximadamente R$ 171 milhões, representa a maior aquisição já realizada pela Priner, e imediatamente impactou o mercado: às 10h30 (horário de Brasília) do mesmo […]

Na terça-feira (20), a Priner (PRNR3) fez um movimento estratégico ao anunciar a aquisição de 100% da Real Estruturas, uma empresa líder no setor de montagem industrial. A transação, avaliada em aproximadamente R$ 171 milhões, representa a maior aquisição já realizada pela Priner, e imediatamente impactou o mercado: às 10h30 (horário de Brasília) do mesmo dia, as ações da empresa registraram uma valorização de 10,97%, alcançando R$ 13,66.
A aquisição foi estruturada com um pagamento misto. Do total de R$ 171 milhões, R$ 22 milhões serão pagos através de ações em tesouraria da Priner, com um período de lock-up até setembro de 2026, garantindo estabilidade e confiança no acordo. Os R$ 149 milhões restantes serão pagos em dinheiro, divididos entre um pagamento inicial de 1/3 no fechamento do negócio e o saldo de 2/3 a ser quitado em até três anos.
O Itaú BBA, um dos principais bancos de investimento do país, destacou que o Valor da Firma (EV) sobre o Ebitda da transação é de 2,8 vezes, antes das sinergias. Este múltiplo é considerado altamente acretivo quando comparado ao EV/Ebitda da própria Priner, que está em 7,6 vezes. A aquisição, portanto, não apenas representa uma adição significativa ao portfólio da empresa, mas também aponta para um potencial de crescimento robusto e melhorias de margem, o que foi bem recebido pelos investidores.
A compra da Real Estruturas é um marco na trajetória da Priner, estabelecendo uma nova unidade de negócios focada em montagem industrial. Esta aquisição está alinhada com a estratégia da empresa de diversificar e adicionar serviços de alto valor ao seu portfólio, aumentando a sua competitividade no mercado.
A Real Estruturas traz consigo uma vasta experiência de mais de 25 anos no setor, prestando serviços para indústrias de mineração, siderurgia e energia. Em 2023, a empresa gerou uma receita líquida de R$ 350 milhões, com Ebitda ajustado de R$ 61 milhões e lucro líquido ajustado de R$ 34 milhões. Esses números refletem a força operacional da Real e como essa aquisição pode influenciar positivamente os resultados da Priner, que não possui dívida líquida significativa.
Historicamente, a Priner tem um bom desempenho em fusões e aquisições, com todas as empresas adquiridas apresentando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de receita acima de 20% após a integração. Os analistas acreditam que essa tendência continuará com a aquisição da Real Estruturas, especialmente pela possibilidade de expandir os serviços da Real para novos segmentos e alavancar a base de clientes da Priner.
Além disso, a complementaridade entre as duas empresas é um fator chave. Com pouca sobreposição nos setores atendidos, a Priner poderá expandir seu portfólio de serviços e aproveitar as sinergias para capturar novos contratos junto aos clientes da Real Estruturas.
O banco Itaú BBA projeta que a relação entre dívida líquida e Ebitda da Priner, considerando um ano completo de Ebitda da Real, deve ficar próxima de 2,3 vezes. Isso representa um leve incremento de 0,1 ponto percentual em comparação com o segundo trimestre de 2024, uma variação controlada e que reflete uma gestão financeira prudente por parte da Priner.
No entanto, o financiamento da aquisição é uma questão que merece atenção. Em junho de 2024, a Priner contava com R$ 194 milhões em caixa, mas o cronograma de amortização até dezembro de 2025 exigirá R$ 270 milhões. Este cenário coloca a empresa em uma posição onde a estratégia de financiamento precisa ser bem planejada para manter a saúde financeira e garantir que a integração da Real Estruturas ocorra sem percalços.
A conclusão desta aquisição ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e dos acionistas da Priner. Tais aprovações são processos regulatórios padrão em operações dessa magnitude, mas são essenciais para que o negócio seja finalizado e as sinergias planejadas possam ser implementadas.
A nova Unidade de Montagem, resultante da aquisição da Real Estruturas, será administrada pelo atual CEO da Real, o que garante continuidade na gestão e aproveitamento do know-how da equipe existente. Este movimento reforça o compromisso da Priner em manter a excelência operacional e capitalizar as oportunidades geradas por esta expansão.