Presidente Lula confirma moeda única para comércio entre membros do Brics
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou oficialmente que durante as deliberações da Cúpula do Brics, foi firmado um compromisso para a instaurar uma moeda única destinada a simplificar as transações comerciais entre os países participantes do bloco. Ao destacar a ausência de urgência no processo, Lula ressaltou que os Estados-membros do grupo […]

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou oficialmente que durante as deliberações da Cúpula do Brics, foi firmado um compromisso para a instaurar uma moeda única destinada a simplificar as transações comerciais entre os países participantes do bloco.
Ao destacar a ausência de urgência no processo, Lula ressaltou que os Estados-membros do grupo manifestaram seu comprometimento em explorar a questão de maneira aprofundada e retomar as discussões no próximo encontro da aliança.
“Nossa intenção não é substituir as moedas nacionais. Estamos mirando a criação de uma nova moeda que elimine a necessidade de transações em dólares para a realização de negócios internos”, declarou o chefe de estado brasileiro durante uma coletiva de imprensa subsequente à Cúpula do Brics, ocorrida ao longo desta semana na África do Sul.
A iniciativa para instituir uma nova moeda conjunta tem por objetivo simplificar as atividades comerciais entre as nações do bloco, mas, segundo o presidente, a complexidade do processo demanda uma abordagem meticulosa e desprovida de precipitação.
Segundo Lula, as equipes econômicas de cada país-membro encarregar-se-ão de conduzir pesquisas detalhadas, a fim de apresentar propostas concretas no próximo encontro de cúpula, agendado para o próximo ano. “A busca por uma paridade nas trocas comerciais é de fundamental importância”, acrescentou.
A viabilidade e potenciais benefícios da nova moeda serão submetidos a uma análise aprofundada, refletindo o empenho compartilhado dos países do Brics em aprimorar suas relações econômicas e comerciais internas.
A moeda única como etapa da ampliação do bloco
O presidente brasileiro explicou que os novos países que receberam convites formais para se juntar ao grupo eram nações que haviam expressado o desejo de aderir há bastante tempo. Lula enfatizou que não está interessado na orientação ideológica dos líderes dessas nações convidadas, mas sim em verificar se elas atendem aos critérios de adesão ao bloco.
Durante uma conferência de imprensa, Lula afirmou que as recentes reuniões foram das mais significativas de todos os seus três mandatos presidenciais, comparando a expansão do grupo Brics ao acompanhamento do crescimento de um filho por parte de um pai.
“Quando estabelecemos o Brics, muitas pessoas viam isso como uma piada e não levavam o bloco a sério”, destacou. “O grupo se destacava por ser algo distinto, uma vez que envolvia interesses comuns entre os países.”
“Os indivíduos selecionados já vinham expressando há bastante tempo o desejo de aderir ao grupo Brics. A escolha não foi aleatória, envolvendo considerações específicas para a inclusão de cada indivíduo. Eles foram escolhidos devido ao fato de terem estado em espera e expressado seu interesse por um longo período”, declarou.
“O foco aqui não está na identidade do líder governante, mas sim no país em si, na sua importância. Não estou interessado na orientação ideológica do líder, mas sim se o país se enquadra nos critérios que estabelecemos para a adesão ao Brics”, reafirmou Lula.
O cidadão brasileiro indicou que outras nações poderão buscar adesão ao grupo, e a avaliação será feita de maneira minuciosa e criteriosa, selecionando as nações com base em considerações políticas relevantes.
Durante seu discurso, Lula também abordou a necessidade de reestruturar o Mercosul e a Unasul para fortalecer esses blocos.
“No mínimo, é necessário garantir que o bloco seja tratado em termos de igualdade e não com a dominação de um poder superior sobre o subordinado”, criticou o presidente, referindo-se à dominação histórica dos países da região Norte do mundo. “Note a mudança de nome, que agora se destaca quando as pessoas falam: ‘Vamos dialogar com o Sul global’.”
Os novos membros
Na última quinta-feira (24), durante a reunião da Cúpula do Brics, foi anunciado o convite formal a seis nações adicionais para ingressarem no grupo: Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia. A Indonésia, que já estava considerada, fez um pedido repentino para adiar o processo.
O número é inferior àquele dos 23 países que anteriormente manifestaram interesse em se juntar.