O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 1,4% no 2T24, em comparação com o trimestre anterior, superando as previsões e evidenciando uma aceleração em relação ao crescimento de 1,0% do primeiro trimestre. Com um total de R$ 2,9 trilhões em valores correntes, o desempenho econômico do país foi divulgado nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta superou as expectativas do consenso LSEG, que previa um crescimento mais modesto de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 2,7% na comparação anual com o 2T23. Este resultado é um indicativo positivo sobre a resiliência da economia brasileira frente aos desafios globais e internos.

Em comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB cresceu 3,3%, demonstrando um crescimento consistente e robusto em relação ao ano passado. Esse aumento foi fortemente impulsionado pelo crescimento nos setores de Serviços e Indústria, que registraram altas de 3,5% e 3,9%, respectivamente. Por outro lado, o setor da Agropecuária enfrentou um recuo de 2,9%, refletindo os desafios enfrentados devido às condições climáticas adversas e impactos na produção agrícola.

Serviços: O setor de Serviços cresceu 1,0% no 2T24, com destaque para áreas como Informação e Comunicação, que teve um aumento expressivo de 6,1%, e Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados, que cresceram 4,0%. Esses resultados refletem um aumento na demanda e melhorias em vários segmentos de serviços.

Indústria: O setor industrial teve um crescimento de 1,8%, destacando-se o segmento de Eletricidade e Gás, Água, Esgoto, e Atividades de Gestão de Resíduos, que apresentou um crescimento notável de 8,5%. Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento no consumo de eletricidade e pela manutenção da bandeira tarifária verde, que ajudaram a reduzir os custos e estimular a produção.

Agropecuária: A Agropecuária enfrentou um recuo de 2,3% no trimestre, impactada por condições climáticas adversas que afetaram negativamente a produção de soja e milho. Apesar de um bom desempenho em outros produtos como café e algodão, a queda na produção agrícola principal teve um impacto significativo no setor.

A taxa de investimento no 2T24 foi de 16,8% do PIB, superando a taxa de 16,4% registrada no mesmo período do ano anterior. Esse aumento na taxa de investimento reflete um crescimento significativo na Formação Bruta de Capital Fixo, que é um indicador chave dos investimentos em infraestrutura e capital produtivo. Por outro lado, a taxa de poupança recuou para 16,0%, abaixo dos 16,8% do trimestre correspondente de 2023.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2024 mostrou um crescimento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2023. Nessa comparação, a Indústria e os Serviços apresentaram um crescimento uniforme de 2,6%, enquanto a Agropecuária permaneceu estável. O desempenho acumulado reflete a tendência de crescimento estável e a recuperação contínua dos setores econômicos brasileiros.

A análise pela ótica da demanda revelou crescimento em todos os principais componentes:

  • Consumo das Famílias: Cresceu 1,3%, refletindo um aumento na demanda por bens e serviços.
  • Consumo do Governo: Também cresceu 1,3%, indicando um aumento nos gastos públicos e investimentos.
  • Formação Bruta de Capital Fixo: Registrou um aumento de 2,1%, refletindo um crescimento contínuo nos investimentos em capital e infraestrutura.
Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.