Petrobras e Mubadala estão próximos de acordo para recompra da refinaria de Mataripe
A Petrobras está na iminência de recomprar a refinaria de Mataripe, localizada no Recôncavo Baiano, vendida à Acelen em 2021. Segundo informações apuradas, o entendimento sobre preço e prazos da operação foi acertado com o Mubadala, controlador da Acelen. Espera-se que o anúncio oficial seja feito nas próximas semanas, com a transferência planejada para o […]

A Petrobras está na iminência de recomprar a refinaria de Mataripe, localizada no Recôncavo Baiano, vendida à Acelen em 2021. Segundo informações apuradas, o entendimento sobre preço e prazos da operação foi acertado com o Mubadala, controlador da Acelen. Espera-se que o anúncio oficial seja feito nas próximas semanas, com a transferência planejada para o primeiro trimestre do próximo ano. Mataripe é uma das maiores refinarias do Brasil, detendo 14% da capacidade nacional de refino.
A venda de Mataripe para o Mubadala ocorreu como parte dos desinvestimentos estratégicos da Petrobras, iniciados em 2019 para cumprir um compromisso com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e encerrar investigações sobre práticas anticompetitivas no setor de refino. Este movimento também visava a reestruturação da Petrobras para torná-la mais eficiente e competitiva, alinhado às políticas adotadas durante o governo de Michel Temer.
Desde a mudança de governo em 2023, a refinaria de Mataripe tem sido alvo de controvérsias. O Mubadala manifestou interesse em devolver o ativo à estatal brasileira, o que tem sido objeto de negociações desde o final do ano passado. A Petrobras, por sua vez, tem pressionado a Acelen, atual controladora, por melhores condições no fornecimento de óleo cru, resultando em tensões significativas entre as partes envolvidas.
O atual governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, critica a política de desinvestimentos da Petrobras em refinarias, defendendo que a estatal deveria fortalecer sua presença nesse setor estratégico para a economia nacional. A possível recompra de Mataripe pela Petrobras representa um ponto de atrito entre diferentes visões políticas e estratégicas para o futuro energético do Brasil, refletindo debates sobre autonomia energética e política industrial.