Petrobras (PETR4) surpreende com prejuízo R$ de 2,6 bilhões no 2T24
A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou na noite de ontem (08) o balanço com os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), que ficaram abaixo das expectativas do mercado, surpreendendo negativamente. Este foi o primeiro prejuízo trimestral da empresa desde o terceiro trimestre de 2020. Nesse contexto, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 2,605 […]

A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou na noite de ontem (08) o balanço com os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), que ficaram abaixo das expectativas do mercado, surpreendendo negativamente. Este foi o primeiro prejuízo trimestral da empresa desde o terceiro trimestre de 2020.
Nesse contexto, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, revertendo o lucro de R$ 28,7 bilhões obtido no mesmo período do ano anterior. Em termos recorrentes, a Petrobras reportou um lucro de R$ 15,728 bilhões, representando uma queda de 46,5% em relação ao lucro de R$ 29,4 bilhões no segundo trimestre de 2023.
Segundo a Petroleira, o prejuízo atribuído aos acionistas se deve principalmente aos efeitos da adesão a um acordo com o governo para encerrar uma disputa tributária, ao acordo de trabalho de 2023 e à variação cambial ocorrida durante o período.
Já a receita total de vendas da Petrobras no segundo trimestre de 2024 foi de R$ 122,258 bilhões, representando um aumento de 7,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Levando em consideração o valor total, R$ 36,529 bilhões foram provenientes do mercado externo, com um expressivo aumento de 54,3%, impulsionado por um salto de 59,7% nas exportações.
Sobre o mercado interno, a receita foi de R$ 85,729 bilhões, registrando uma queda de 4,9%. Em contrapartida, as receitas com diesel subiram 3,7%, as vendas de gasolina recuaram 14,4%.
Por fim, Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 49,740 bilhões, uma queda de 12,3%. Entretanto, em termos recorrentes, o Ebitda somou R$ 62,332 bilhões, o que representa um aumento de 5,5%.
Balanço fica abaixo das expectativas
As expectativas do consenso LSEG para o segundo trimestre de 2024 eram de um lucro líquido de R$ 22,3 bilhões, um Ebitda de R$ 63,26 bilhões e uma receita de R$ 129,23 bilhões. No entanto, a Petrobras apresentou resultados abaixo dessas projeções, com um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões, um Ebitda ajustado de R$ 49,740 bilhões e uma receita de R$ 122,258 bilhões.
Sobre a linha do balanço mais negativamente impactada, o que mais contribuiu para o prejuízo da companhia foi o resultado financeiro. As perdas financeiras líquidas somaram R$ 36,396 bilhões, um aumento expressivo em relação às perdas de R$ 269 milhões registradas no mesmo período do ano anterior.
A Petrobras explicou que esse resultado financeiro foi influenciado principalmente pela perda causada pela variação cambial do real em relação ao dólar sobre a exposição passiva. A empresa destacou que o real se desvalorizou 11,2% no segundo trimestre de 2024, comparado à desvalorização de 3,2% no primeiro trimestre.
A taxa de câmbio, que era de R$ 5,00 por dólar no final do primeiro trimestre (31/03/24), subiu para R$ 5,56 no final do segundo trimestre (30/06/24), contribuindo significativamente para as perdas financeiras. Além disso, a Petrobras reconheceu despesas financeiras relacionadas à adesão à Transação Tributária, refletindo encargos e atualizações financeiras.
No relatório de administração que acompanha o balanço, a Petrobras afirmou que os principais impactos negativos foram de natureza contábil.
Redução de investimentos
A Petrobras também anunciou nesta quinta-feira uma redução em sua projeção de investimento total para 2024, ajustando o valor para um intervalo entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões.
Inicialmente, dentro do plano de investimentos de 2024/2028, que totaliza US$ 102 bilhões, a Petrobras previa investir US$ 18,5 bilhões em 2024, com a maior parte destinada ao segmento de Exploração e Produção (E&P).
A empresa explicou que a redução na projeção de investimentos reflete principalmente um novo capex (capital expenditure) para o segmento de E&P, que foi ajustado para um intervalo entre US$ 11,1 bilhões e US$ 12,1 bilhões para este ano.