A Petrobras (PETR4) considera proposta da IG4 Capital para assumir o controle da Braskem (BRKM5), a maior petroquímica da América Latina, atualmente sob o comando da Novonor. A movimentação surge em meio a negociações estratégicas envolvendo a troca de dívidas bilionárias por ações da companhia, com potencial para transformar a gestão e fortalecer a posição financeira da Braskem.

Negociações avançam após acordo de exclusividade da IG4

Fontes próximas ao caso informam que a IG4 Capital firmou recentemente um acordo de exclusividade para negociar com a Novonor e a Petrobras. O acordo permite que a gestora de private equity assuma parte da dívida da Novonor junto aos principais bancos brasileiros, incluindo o BNDES, em troca de ações da Braskem.

Caso o acordo seja concluído, a IG4 poderá se tornar o novo acionista controlador da empresa, possibilitando uma reorganização administrativa e financeira da Braskem, que enfrenta desafios operacionais e passivos ambientais.

As conversas estão em ritmo avançado, e especialistas do setor acreditam que um desfecho positivo poderia ocorrer nos próximos meses. A Petrobras, que já detém uma fatia significativa da petroquímica, busca aumentar sua influência na gestão da companhia com a eventual saída da Novonor.

Contexto financeiro e desafios da Braskem

A Braskem enfrenta margens reduzidas no negócio petroquímico e precisa lidar com passivos decorrentes de áreas impactadas por suas operações de mineração de sal-gema, principalmente na cidade de Maceió. Esses desafios, somados a dívidas antigas da Novonor, criam um cenário delicado para investidores e acionistas.

A dívida original da Novonor com bancos brasileiros começou há mais de dez anos, durante a Operação Lava Jato, quando o grupo utilizou ações da Braskem como garantia para empréstimos que somavam R$ 15 bilhões. Desde então, a dívida cresceu para cerca de R$ 20 bilhões, valor que já ultrapassa o dobro do valor de mercado atual da Braskem.

Papel do governo e da Petrobras na solução

O governo federal acompanha de perto a situação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou publicamente o desejo de manter a Braskem saudável e sustentável. Para isso, pediu à presidente-executiva da Petrobras, Magda Chambriard, que auxilie na construção de uma solução que não comprometa os interesses da estatal.

A Petrobras, que possui atualmente 36,1% do capital total da Braskem e 47% das ações com direito a voto, tem direito de preferência sobre a fatia da Novonor. Dessa forma, a companhia busca não apenas proteger seus investimentos, mas também garantir uma gestão mais eficiente da petroquímica.

Possíveis desdobramentos e alternativas de controle

Embora a IG4 Capital tenha exclusividade nas negociações, outras alternativas não estão totalmente descartadas. O empresário Nelson Tanure, que manteve conversas exclusivas com a Novonor até recentemente, ainda pode apresentar uma proposta.

A Novonor, por sua vez, se mostra aberta a encontrar uma solução que seja vantajosa para todas as partes. A empresa também considera manter uma participação minoritária na Braskem, o que poderia ajudá-la a cumprir obrigações de seu plano de recuperação judicial.

Estrutura acionária atual da Braskem

Atualmente, a participação acionária da Braskem está distribuída da seguinte forma:

  • Novonor: 50,1% das ações com direito a voto e 38,3% do total de ações.
  • Petrobras: 47% das ações com direito a voto e 36,1% do total de ações, além de direito de preferência sobre a participação da Novonor.

Essa configuração mostra a relevância estratégica da decisão sobre o controle da empresa, já que mudanças significativas na governança da Braskem impactam diretamente seus principais acionistas e o mercado petroquímico nacional.

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