A Petlove, uma das maiores plataformas de produtos e serviços para animais do Brasil, pretende entrar com um último recurso no Cade para tentar barrar a fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi. A ofensiva acontece nos últimos instantes do prazo legal e visa reverter a decisão da autoridade antitruste brasileira, que autorizou a união das duas rivais sem restrições.

De acordo com informações divulgadas pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Petlove deve protocolar a contestação nesta segunda-feira (23) — data limite para que terceiros interessados se manifestem. A pettech argumenta que a fusão pode comprometer a concorrência no setor pet e prejudicar os consumidores.

Cade aprovou fusão sem restrições; Petlove contesta decisão

No início de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a união entre as gigantes Petz e Cobasi. A decisão partiu da Secretaria-Geral do órgão, que considerou que a operação não representa riscos significativos à livre concorrência.

No entanto, conforme previsto na legislação brasileira, a aprovação só se torna definitiva após 15 dias úteis, contados a partir da data da decisão. Esse intervalo é reservado para eventuais manifestações do Tribunal do Cade ou de terceiros interessados, como é o caso da Petlove.

Segundo o jornal, a empresa pretende contestar justamente o parecer da Secretaria-Geral, argumentando que a concentração de mercado gerada pela fusão pode trazer desequilíbrios para os consumidores e reduzir a competitividade entre players do setor.

Detalhes da operação: Petz será incorporada pela Cobasi

O acordo de fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi foi inicialmente anunciado em agosto de 2024. A estrutura da operação prevê que a Petz seja incorporada por uma subsidiária integralmente controlada pela Cobasi, chamada Cobasi Investimentos. Em seguida, essa nova empresa será fundida com a Cobasi S.A., criando uma única companhia com atuação nacional e unificação das bases acionárias.

Com isso, a Petz deixará de existir como empresa independente e passará a ser uma subsidiária da Cobasi, consolidando o que pode se tornar o maior grupo varejista de produtos e serviços para animais de estimação do país.

Receita bilionária e presença nacional reforçam impacto da fusão

A nova empresa, resultado da fusão entre Petz e Cobasi, nasce com receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões, além de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões. A companhia também contará com um portfólio robusto, com mais de 20 marcas próprias de produtos de alimentação, higiene e estilo de vida animal.

A unificação trará ainda maior capilaridade à empresa no mercado nacional, com presença física em diversas regiões e atuação relevante no e-commerce. O movimento também visa enfrentar a crescente demanda por soluções integradas no segmento pet, que tem registrado expansão contínua nos últimos anos.

Estrutura acionária: Petz terá 52,6% da nova companhia

Em termos de estrutura acionária, os investidores da Petz ficarão com 52,6% das ações da empresa combinada, enquanto os acionistas da Cobasi deterão os 47,4% restantes. Como parte da negociação, cada acionista da Petz receberá 0,0090445 ação da Cobasi para cada papel PETZ3 que possuir no momento do fechamento do negócio.

A relação de troca foi definida com base em avaliações das companhias e foi aprovada pelos respectivos conselhos de administração. Para os investidores da bolsa, especialmente os que acompanham o papel PETZ3, o movimento representa uma mudança estratégica com impactos diretos na composição societária e nos rumos da companhia no mercado.