A OpenAI está considerando uma ação antitruste contra a Microsoft, sua principal parceira, em meio a um impasse nas negociações sobre os termos de sua parceria estratégica. Segundo fontes do Wall Street Journal e The Information, a discussão envolve participação acionária, direitos exclusivos na nuvem e a transição da OpenAI para uma corporação de benefício público. Este possível conflito levanta dúvidas sobre o futuro de uma das alianças mais importantes no campo da inteligência artificial.

OpenAI acusa Microsoft antitruste: o que está acontecendo?

A OpenAI avalia acusar a Microsoft de práticas anticompetitivas em sua parceria tecnológica, conforme revelou o Wall Street Journal em reportagem de 16 de junho de 2025. A startup busca uma revisão regulatória federal dos termos de seu contrato com a gigante de tecnologia, alegando que as condições podem violar as leis antitruste dos Estados Unidos.

Esse movimento representa um possível rompimento na relação entre as duas empresas, que são protagonistas no avanço da inteligência artificial generativa. A Microsoft investiu bilhões na OpenAI e integra seus modelos, como o ChatGPT, em seus produtos e serviços, tornando-se uma peça-chave para o desenvolvimento da startup.

Impasse trava transição da OpenAI para corporação de benefício público

Apesar do vínculo estreito, a OpenAI enfrenta dificuldades para finalizar sua mudança para uma corporação de benefício público — um tipo de organização que visa equilibrar lucro com impacto social positivo. A transição depende da aprovação da Microsoft, que detém uma participação relevante na empresa.

Fontes próximas à negociação afirmam que, mesmo após meses de conversas, as partes não chegaram a um consenso sobre os termos financeiros e operacionais dessa transformação. O impasse compromete o planejamento estratégico da OpenAI e pode atrasar a consolidação da nova estrutura societária.

Proposta da OpenAI: participação de 33% para a Microsoft em unidade reestruturada

Conforme publicado pelo The Information, a OpenAI sugeriu que a Microsoft mantenha uma participação de 33% em uma unidade reestruturada da empresa. Em troca, a Microsoft abriria mão dos direitos sobre lucros futuros dessa unidade.

Essa proposta busca reequilibrar a relação de poder entre as empresas, reduzindo a dependência da OpenAI das concessões exclusivas concedidas à Microsoft, especialmente no que diz respeito à hospedagem dos modelos de inteligência artificial.

Exclusividade na nuvem: ponto central do conflito

Outro tema delicado é a exclusividade na hospedagem dos modelos da OpenAI na nuvem da Microsoft Azure. Atualmente, a Microsoft detém direitos exclusivos para essa operação, o que limita a OpenAI a trabalhar com outros provedores de infraestrutura em nuvem.

A OpenAI quer flexibilizar essas cláusulas para ampliar suas possibilidades comerciais e tecnológicas, o que contraria os interesses da Microsoft. Essa disputa pela exclusividade está no centro das negociações e alimenta as tensões entre as empresas.

Microsoft resiste e busca novas concessões

Segundo o The Information, a Microsoft não concordou com os termos propostos pela OpenAI e estaria buscando concessões adicionais na negociação. A empresa quer garantir maior controle e participação no crescimento da startup, protegendo seus investimentos bilionários.

Esse cenário cria um impasse complexo, que envolve interesses financeiros, estratégicos e regulatórios, e pode levar a um desgaste da parceria se não for resolvido com acordos mutuamente benéficos.

Parceria mantém otimismo apesar das divergências

Em comunicado conjunto à Reuters, Microsoft e OpenAI afirmaram que “as conversas estão em andamento” e demonstraram otimismo em continuar construindo juntos “nos próximos anos”. Apesar dos conflitos públicos, as duas companhias reconhecem a importância de sua colaboração no avanço da inteligência artificial.

Por que a acusação antitruste pode impactar o mercado de IA?

O possível movimento da OpenAI para acionar órgãos reguladores contra a Microsoft reflete uma preocupação crescente com práticas monopolistas no setor de tecnologia, especialmente em áreas estratégicas como a inteligência artificial.

Se uma investigação for aberta, poderá provocar mudanças significativas no modo como grandes empresas de tecnologia estruturam suas parcerias, investimentos e acordos exclusivos, afetando todo o ecossistema de inovação em IA.