O Estado de Nova York tomou a decisão de proibir o uso do chatbot DeepSeek, desenvolvido pela startup chinesa DeepSeek, em dispositivos governamentais. A medida foi anunciada como uma resposta a preocupações com a privacidade de dados e questões relacionadas à censura e segurança. Essa ação é parte de uma crescente cautela de governos ocidentais com a expansão de tecnologias chinesas, particularmente em áreas sensíveis, como inteligência artificial (IA) generativa. A proibição afeta os dispositivos e redes do governo estadual, mas não inclui os dispositivos pessoais dos funcionários.

A proibição do uso do chatbot DeepSeek em dispositivos governamentais de Nova York foi tomada devido a preocupações com a privacidade e a segurança das informações processadas pelo aplicativo. O chatbot gerou apreensão entre especialistas em segurança, que destacaram potenciais vulnerabilidades, incluindo o risco de o software enviar dados confidenciais para empresas sancionadas na China.

De acordo com o diretor cibernético estadual de Nova York, Colin Ahern, a proibição se aplica a todos os dispositivos e redes gerenciados pelo Escritório de Serviços de Tecnologia da Informação do estado. Este escritório é responsável pela gestão tecnológica das agências do poder executivo em Nova York, abrangendo equipamentos e redes governamentais.

A medida reflete a crescente desconfiança em relação às empresas de tecnologia chinesas, especialmente aquelas ligadas a grandes fundos de investimento, como a DeepSeek, que pertence ao fundo de hedge chinês High-Flyer. A decisão também vem em um momento de crescente pressão sobre governos de todo o mundo para proteger suas infraestruturas tecnológicas contra possíveis ameaças de espionagem ou manipulação digital.

A proibição foi implementada imediatamente após o anúncio feito pelas autoridades de Nova York. Ela afetará todos os dispositivos e sistemas operados pelo governo do estado, abrangendo uma ampla gama de agências e departamentos públicos. Embora a medida tenha sido amplamente divulgada em janeiro, com a notoriedade do aplicativo DeepSeek ganhando destaque, a aplicação prática da proibição começou a ser executada em fevereiro de 2025.

A DeepSeek se destacou no mercado de IA em janeiro de 2025, quando seus modelos de IA de baixo custo começaram a competir diretamente com as soluções desenvolvidas por empresas norte-americanas. Usando chips Nvidia menos avançados, a DeepSeek conseguiu oferecer uma alternativa acessível, mas com o mesmo nível de sofisticação tecnológica. Essa vantagem custou-lhe a atenção de governos ocidentais, especialmente os Estados Unidos, que têm investido fortemente em segurança cibernética para proteger dados sensíveis.

Especialistas em segurança, como foi mencionado pelo Wall Street Journal, indicaram que o código do chatbot poderia permitir o envio de dados para empresas sancionadas pela comunidade internacional, levantando suspeitas sobre a possibilidade de vigilância governamental disfarçada. A ausência de transparência em relação ao código-fonte e aos dados processados pelo chatbot apenas aumentou as apreensões.

Embora a proibição seja clara em relação aos dispositivos governamentais, ela não se estende aos dispositivos pessoais dos funcionários estaduais. Colin Ahern, diretor cibernético de Nova York, esclareceu que a medida foi tomada exclusivamente para proteger as informações sensíveis do estado. Isso significa que os funcionários podem continuar a usar o DeepSeek e outras tecnologias similares em seus dispositivos particulares, desde que não envolvam sistemas governamentais.

A proibição foca na gestão da segurança de dados do estado, considerando que as tecnologias em dispositivos pessoais são de responsabilidade dos indivíduos e não do governo. No entanto, a decisão levanta questões sobre a eficácia de tais medidas em um mundo cada vez mais interconectado, onde a linha entre o pessoal e o governamental pode ser difícil de distinguir.