Moeda de ouro de 1609 é vendida por R$ 18 milhões e se torna a mais valiosa da Europa
Uma moeda de ouro cunhada em 1609 para o rei Filipe III foi leiloada por cerca de R$ 18 milhões na Suíça, tornando-se a moeda europeia mais valiosa já vendida.
Imagem: REUTERS/Denis Balibouse
A moeda de ouro mais rara da história da Europa estabeleceu um novo marco no mercado numismático nesta segunda-feira, ao alcançar o valor de cerca de R$ 18 milhões durante um leilão realizado na Suíça. A peça, cunhada em 1609 para o rei Filipe 3º da Espanha, atraiu colecionadores de diferentes continentes e redefiniu o patamar de preços para itens históricos desse porte. O leilão ocorreu em Genebra e marcou um momento considerado histórico para especialistas, que destacaram tanto o peso simbólico quanto cultural da moeda, além de sua excepcional preservação.
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A peça única foi arrematada por 2,817 milhões de francos suíços, montante equivalente a aproximadamente R$ 18 milhões. O leilão, organizado pela casa Numismatica Genevensis SA, registrou intensa participação de compradores dos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.
Esse recorde supera com folga a marca anterior para moedas europeias, que pertencia a uma peça de 100 ducados de Fernando 3º de Habsburgo, vendida por 1,95 milhão de francos. Com isso, a moeda de ouro de 1609 passa a ocupar o topo do ranking continental.
A moeda de ouro e suas características excepcionais
A moeda de ouro leiloada é conhecida como Centen, ou 100 escudos, denominação tradicional usada no período da monarquia espanhola. Com 339 gramas, trata-se da maior moeda já produzida na Europa moderna. Sua fabricação ocorreu na histórica Casa da Moeda de Segóvia, um dos centros mais importantes da cunhagem espanhola.
Além do tamanho incomum, o material usado na peça também reforça seu caráter simbólico. A moeda foi cunhada com ouro extraído das Américas, chamado na época de “ouro do Novo Mundo”, fruto das expedições espanholas durante o período colonial. Essa origem é uma das principais razões para o interesse crescente de especialistas e colecionadores, que enxergam na peça não apenas valor material, mas um testemunho importante do impacto da exploração colonial nas economias europeias.
O que faz essa moeda ser tão valiosa: história, raridade e poder simbólico
A moeda de ouro não é valiosa apenas por seu peso e idade. Segundo a casa de leilões, a peça foi criada como um símbolo de poder real. Emitida em 1609, sua existência se relaciona a momentos em que monarcas buscavam reafirmar autoridade e riqueza diante de outros reinos.
Seu valor equivalente a vários anos de salário na época reforça o caráter de exclusividade. Alain Baron, fundador da Numismatica Genevensis SA, define o objeto como um “presente de um rei para outro”, destacando o prestígio e a diplomacia que envolviam presentes dessa natureza.
Com isso, a moeda de ouro se torna um artefato que reúne elementos culturais, políticos e econômicos da Europa do século XVII, representando não apenas riqueza, mas relações entre monarquias.
Um desaparecimento de séculos e o reaparecimento nos EUA
A trajetória da moeda inclui um hiato impressionante de vários séculos. Documentos históricos indicam que ela desapareceu após circular nos ambientes da realeza, só sendo reencontrada nos Estados Unidos por volta de 1950. Lá, um colecionador de Nova York adquiriu a peça, que, cerca de uma década depois, foi vendida a um comprador espanhol.
A partir de então, a moeda passou a integrar coleções privadas, transitando discretamente entre proprietários que mantiveram suas identidades preservadas. O comprador atual também optou pelo anonimato, prática comum no mercado de numismática de alto valor.
5O leilão e o interesse mundial pela moeda de ouro
Segundo a casa responsável pelo evento, o leilão registrou forte disputa entre compradores que buscavam não apenas um item raro, mas um ativo-troféu, como definiu a Numismatica Genevensis. Esse tipo de item movimenta um nicho crescente de investidores que combinam interesse histórico com reserva financeira.
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