O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) recebeu seu primeiro investimento privado desde o lançamento. A fundação filantrópica Minderoo, criada pelo milionário australiano Andrew Forrest, anunciou um aporte de US$ 10 milhões para apoiar o fundo que busca financiar a preservação de áreas tropicais em todo o mundo.

O anúncio representa um marco importante para o projeto, que foi desenhado pelo Brasil com o apoio de outros países e tem o objetivo de mobilizar capital público e privado para combater o desmatamento e incentivar práticas sustentáveis.

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Investimento privado reforça credibilidade do Fundo Florestas Tropicais para Sempre

O bilionário Andrew Forrest, conhecido por sua atuação em iniciativas ambientais, afirmou que o investimento no TFFF é uma aplicação estratégica, e não uma doação filantrópica. Segundo ele, o objetivo é estimular a entrada de outros investidores e fundações no projeto, transformando a preservação ambiental em um modelo financeiramente sustentável.

“O Fundo Florestas Tropicais para Sempre atrairá governos e instituições que buscam retornos modestos, porém seguros, por meio de títulos soberanos, com o grande benefício de proteger as florestas tropicais do planeta”, destacou Forrest em comunicado.

O investimento da Minderoo marca o primeiro aporte privado de grande porte recebido pelo fundo. A proposta é que o TFFF funcione com uma estrutura híbrida, combinando recursos de fundos soberanos, doações filantrópicas e investimentos privados, permitindo retornos financeiros e impacto ambiental positivo ao mesmo tempo.

Alemanha promete “contribuição significativa”, mas sem números definidos

Durante a COP, o chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que a Alemanha fará uma contribuição relevante ao TFFF, mas ainda não divulgou valores oficiais. Segundo fontes próximas às negociações, o aporte alemão pode chegar a US$ 1 bilhão, cifra equivalente aos compromissos assumidos por Brasil e Indonésia.

Além da promessa de investimento, a Alemanha também se comprometeu a financiar a criação da estrutura administrativa do fundo no Banco Mundial, que deve exigir aproximadamente US$ 30 milhões. A Holanda já confirmou uma doação de US$ 5 milhões para essa etapa inicial e indicou que pretende ampliar sua participação futuramente.

Esse engajamento europeu é considerado essencial para o fortalecimento do TFFF. O governo brasileiro avalia que a adesão alemã seria um selo de confiança, dada a reputação do país pela análise rigorosa de riscos financeiros e ambientais.

Fundo Florestas Tropicais para Sempre já soma mais de US$ 5,6 bilhões

Desde as reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com chefes de Estado durante a COP, o TFFF já acumulou compromissos que totalizam cerca de US$ 5,6 bilhões.
Entre os países que anunciaram aportes estão:

  • Noruega, com US$ 3 bilhões;
  • Brasil, com US$ 1 bilhão;
  • Indonésia, com US$ 1 bilhão;
  • França, com 500 milhões de euros.

De acordo com fontes do Ministério da Fazenda, as negociações com outros seis ou sete países continuam avançando. Na lista de potenciais investidores estão China e Emirados Árabes Unidos, que devem formalizar contribuições nas próximas rodadas de diálogo.

A expectativa é que, com a entrada de novos parceiros, o fundo alcance sua primeira meta operacional ainda nos próximos anos.

Estrutura e metas do TFFF: modelo de investimento verde global

Idealizado pelo Brasil, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre pretende captar US$ 125 bilhões no total, sendo US$ 25 bilhões de fundos soberanos e US$ 100 bilhões de investidores privados.

Segundo João Paulo de Resende, subsecretário de Assuntos Econômicos e Fiscais do Ministério da Fazenda, o TFFF deve atingir essa meta em até três anos, mas já poderá iniciar pagamentos a países que preservam florestas quando a captação alcançar US$ 50 bilhões.

O modelo de funcionamento do fundo prevê que metade dos rendimentos seja destinada aos investidores e a outra metade financie ações de conservação ambiental e sustentabilidade em países tropicais.

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