No último pregão de setembro, os índices futuros dos EUA começaram a semana em baixa, com os investidores focados nas expectativas em torno dos discursos de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, e Michelle Bowman, governadora do Fed, que se apresentam no evento da National Association for Business Economics em Nashville. A atenção do mercado também se volta para o relatório de empregos (payroll) dos EUA, previsto para ser divulgado na próxima sexta-feira (04), que poderá influenciar as perspectivas sobre cortes nas taxas de juros do Fed até o final do ano.

Os traders estão ansiosos para a fala de Powell, pois seus comentários podem fornecer pistas sobre a direção futura da política monetária. A expectativa é de que o relatório de empregos, que mostra a saúde do mercado de trabalho, seja crucial para avaliar as futuras decisões do Fed. Um fortalecimento dos dados pode sinalizar um movimento mais cauteloso do banco central, enquanto um resultado fraco pode aumentar as chances de cortes nas taxas de juros.

Neste contexto, os índices futuros operam em queda. O Dow Jones Futuro registra uma baixa de 0,10%, enquanto o S&P 500 Futuro cai 0,09% e o Nasdaq Futuro, com forte peso em tecnologia, recua 0,21%. Apesar do início desanimador, setembro apresentou um desempenho positivo no acumulado, com o Dow e o S&P subindo 1,8% e 1,6%, respectivamente. O Nasdaq, por sua vez, teve um avanço de 2,3%, recuperando-se após um início difícil.

Os índices futuros dos EUA indicam um fechamento volátil, refletindo as incertezas e expectativas em torno da política monetária. O mercado acionário americano é historicamente mais fraco em setembro, mas se recuperou ao longo do mês, especialmente após a decisão do Federal Reserve de reduzir as taxas de juros em meio ponto percentual. Essa movimentação foi vista como um estímulo para o mercado, contribuindo para a recuperação dos índices.

Os mercados da Ásia-Pacífico apresentaram um desempenho misto. As ações na China continental registraram uma impressionante alta de mais de 8%, marcando o melhor dia em 16 anos. O índice CSI 300, que compila as principais ações da China continental, subiu 8,48%, impulsionado por setores de saúde e tecnologia. Este avanço também coincidiu com o anúncio do PMI (Índice de Gerentes de Compras) da China, que ficou em 49,8, ligeiramente acima das expectativas, mas ainda indicando contração no setor manufatureiro pela quinta vez consecutiva.

No entanto, o cenário no Japão foi diferente. O índice Nikkei caiu 4,8%, com os investidores avaliando o risco de elevações nas taxas de juros sob a nova liderança do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, que critica as políticas monetárias expansionistas do Banco do Japão. A produção industrial do país também apresentou um desempenho negativo, caindo 4,9% em agosto, muito acima da expectativa.

Na Europa, os mercados operam em baixa, com investidores monitorando de perto os dados econômicos, incluindo a inflação na Alemanha e as vendas no varejo na Europa. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, fará um discurso no Parlamento Europeu, enquanto Megan Greene, membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, participará de uma discussão sobre política monetária global.

O FTSE 100, do Reino Unido, apresenta uma queda de 0,35%, o DAX da Alemanha desvaloriza 0,42%, e o CAC 40 da França cai 1,15%. O STOXX 600, que reúne as principais ações da Europa, também registra uma baixa de 0,56%.

Os preços do petróleo estão em alta, impulsionados por riscos de interrupções na produção do Oriente Médio, à medida que a situação na região se intensifica. Além disso, o minério de ferro na China fechou em alta, atingindo máximas de quase três meses. O contrato de janeiro do minério de ferro na Dalian Commodity Exchange subiu 10,71%, terminando a 821,50 iuanes (US$ 117,15) a tonelada. Esse aumento é reflexo das perspectivas de demanda melhoradas, impulsionadas por estímulos do governo chinês no setor imobiliário e políticas de flexibilização monetária.

Por fim, o Bitcoin (BTC) apresentou uma queda de 2,43%, sendo cotado a US$ 64.306,00. Essa volatilidade no mercado de criptomoedas continua a preocupar investidores, que buscam segurança em meio a incertezas econômicas mais amplas.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.