Nesta quinta-feira (28), a Diretora de Comunicações do Fundo Monetário Internacional (FMI), Julie Kozack, expressou sua visão sobre a situação na Argentina como “extremamente desafiadora e complexa”. Durante uma coletiva de imprensa, ela enfatizou que a inflação está em um nível muito alto e em constante ascensão, enquanto as reservas estão em patamares reduzidos e as condições sociais são frágeis.

Kozack também observou que as medidas recentes adotadas na Argentina estão complicando ainda mais o panorama do país. Ela afirmou que o FMI está trabalhando diligentemente para compreender e avaliar o impacto dessas medidas e considerar quais ações compensatórias podem ser necessárias para fortalecer a estabilidade e proteger os objetivos do programa do Fundo.

Em relação à possível revisão do acordo entre o FMI e a Argentina, Kozack destacou que é muito cedo para tomar uma decisão a esse respeito. O programa de financiamento de US$ 44 bilhões já passou por seis revisões, resultando na liberação de US$ 7,5 bilhões nas últimas mudanças.

Ela reiterou que o objetivo primordial do FMI é ajudar a Argentina a manter a estabilidade econômica e proteger os segmentos mais vulneráveis da população durante esse período de desafios significativos. Kozack enfatizou a importância de continuar a colaboração com a Argentina, buscando um amplo consenso político e social, a fim de assegurar a estabilidade e o bem-estar do país.

Sobre a proposta de dolarização da Argentina, apresentada pelo candidato ultraliberal Javier Milei, Kozack destacou que tal medida exigiria uma série de passos preparatórios substanciais e não substituiria a necessidade de implementar políticas macroeconômicas sólidas no país.