A JBS (JBSS3) deu um importante passo em sua estratégia de criação de valor ao anunciar um novo plano de recompra de até 113,4 milhões de ações, representando aproximadamente 10% de suas ações em circulação. O anúncio, realizado em 23 de setembro de 2024, visa maximizar a geração de valor para os acionistas e otimizar a estrutura de capital da companhia. Esse movimento estratégico está alinhado com a visão da administração sobre o futuro da empresa e suas perspectivas no mercado.

O plano de recompra de ações da JBS foi recebido de forma positiva pelo mercado, especialmente pelo Goldman Sachs, que considera essa iniciativa como um sinal forte de confiança na administração da empresa. A recompra não apenas reforça a convicção da JBS em seu modelo de negócios, mas também pode facilitar uma estrutura de controle mais simples, especialmente em vista de uma potencial listagem da companhia nos Estados Unidos.

A decisão de realizar a recompra de ações vem em um momento estratégico, em que a JBS busca fortalecer sua posição no mercado. A empresa acredita que essa medida não apenas beneficiará os acionistas existentes, mas também enviará uma mensagem clara ao mercado sobre sua solidez e potencial de crescimento. Com a recompra, a JBS espera, em última análise, aumentar a demanda por suas ações, potencialmente elevando o preço dos papéis no mercado.

Outro fator relevante na dinâmica atual da JBS é a posição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo informações recentes, o banco havia planejado vender entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões de sua participação na JBS, o que representaria de 54% a 68% de sua participação total. No entanto, o BNDES desmentiu as notícias sobre a venda, afirmando que não há qualquer iniciativa nesse sentido e que não autorizou instituições financeiras a falarem em seu nome.

É importante destacar que, entre dezembro de 2021 e abril de 2022, o BNDES já havia realizado desinvestimentos significativos, vendendo 140 milhões de ações da JBS por meio de três blocos de negociação. A companhia, por sua vez, participou ativamente desses blocos, recomprando entre 45% e 100% das ações oferecidas. Essa dinâmica reflete uma estratégia contínua da JBS para fortalecer seu capital e garantir uma gestão eficaz de seus ativos.

Os analistas de mercado continuam a monitorar a situação da JBS com atenção. O Goldman Sachs mantém uma recomendação de compra para as ações da empresa, com um preço-alvo de R$ 40,30 em 12 meses, o que indica uma expectativa otimista em relação ao desempenho futuro da empresa. Da mesma forma, a Genial Investimentos também mantém uma recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 40.

A Genial Investimentos sugere que a recompra de ações pode atuar como um mecanismo de estabilização em meio a possíveis flutuações no preço das ações, especialmente se o BNDES decidir avançar com a venda de sua participação. Essa estratégia é vista como uma forma da JBS mitigar os impactos de uma eventual pressão vendedora no mercado, garantindo assim a valorização de suas ações e a satisfação de seus acionistas.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.