Após a divulgação de um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, mediado por potências internacionais, a região de Gaza foi marcada por uma intensificação dos ataques israelenses. A expectativa de trégua, prevista para entrar em vigor no domingo, reacende debates sobre os desafios políticos e humanitários da região. Mas o que está por trás desse acordo e por que ele enfrenta resistência?

Intensificação dos ataques após o anúncio do cessar-fogo

Na madrugada que antecedeu o esperado cessar-fogo, ataques aéreos de Israel atingiram a Faixa de Gaza, resultando em pelo menos 71 mortes e mais de 200 feridos, de acordo com autoridades palestinas. Esses ataques ocorreram em meio aos esforços de mediação conduzidos por Catar, Egito e Estados Unidos.

Enquanto moradores de Gaza buscavam abrigo em meio aos bombardeios, as negociações prosseguiam com o objetivo de interromper os combates. Apesar das críticas internacionais, Israel justificou os ataques como resposta a supostas violações de segurança.

Detalhes do acordo de cessar-fogo

O acordo mediado por potências regionais e globais busca estabelecer uma trégua inicial de seis semanas. Entre os principais pontos estão a retirada progressiva das forças israelenses de Gaza e a troca de reféns israelenses capturados pelo Hamas por prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Além disso, o acordo prevê o envio de ajuda humanitária à população de Gaza, que enfrenta uma crise humanitária agravada pelos recentes conflitos.

Resistência política em Israel

Apesar do anúncio do acordo, há resistência dentro do governo israelense. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Polícia, Itamar Ben-Gvir, expressaram forte oposição, ameaçando deixar o governo caso o acordo avance.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por sua vez, acusou o Hamas de apresentar exigências de última hora, gerando desconfiança em relação ao compromisso do grupo palestino. Ainda assim, a maioria do gabinete parece inclinada a aprovar o acordo, destacando a necessidade de estabilizar a situação.

Impactos humanitários e reação internacional

O número de vítimas dos ataques recentes destacou a urgência de uma trégua. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou o progresso nas negociações, enfatizando que o cessar-fogo permitirá o envio de suprimentos essenciais para Gaza.

Outros líderes internacionais também se manifestaram, com o Catar e o Egito desempenhando papéis centrais na mediação. No entanto, a liberação de prisioneiros palestinos e reféns israelenses continua sendo um ponto sensível entre as partes envolvidas.

Divisão de opiniões entre a população israelense

Embora a população israelense apoie a libertação de reféns, muitos se opõem à troca por militantes palestinos, alguns deles condenados por ataques fatais. A decisão é vista como um sacrifício necessário, mas que expõe divisões internas no país sobre a estratégia de segurança.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.