Aumento de demanda impulsiona a recuperação da indústria brasileira em fevereiro, aponta PMI
Em fevereiro, a indústria brasileira experimentou uma recuperação significativa, impulsionada pela alta na demanda interna, conforme indicou o PMI da S&P Global.
Aumento de demanda impulsiona a recuperação da indústria brasileira em fevereiro, aponta PMI
A indústria brasileira registrou um forte crescimento em fevereiro, impulsionado por um aumento significativo na demanda, conforme mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI) divulgado pela S&P Global. O índice, que mede a saúde do setor, saltou de 50,7 em janeiro para 53,0 em fevereiro, superando a linha de 50 pontos que separa crescimento de contração. Esse desempenho marca o ritmo de crescimento mais intenso desde setembro de 2024, sinalizando uma recuperação sólida no setor industrial.
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O que aconteceu com a indústria brasileira em fevereiro?
Em fevereiro, o PMI atingiu a marca de 53,0, indicando que a produção da indústria brasileira se recuperou com força, após a leve desaceleração observada no início do ano. Esse aumento foi principalmente impulsionado pela alta na demanda interna, que levou a uma expansão mais acentuada nas vendas. Segundo Pollyanna de Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, “o PMI de indústria do Brasil indicou um cenário mais favorável para a saúde do setor, com o índice alcançando o maior patamar em cinco meses”.
Esse crescimento da produção foi uma resposta direta ao aumento de novas encomendas que tiraram a produção do território da contração. As vendas aumentaram de forma notável, registrando a maior alta desde abril de 2024, e as empresas atribuíram esse crescimento a condições mais favoráveis de demanda no mercado interno.
Aumento das vendas e expectativa de crescimento sustentável
O aumento nas novas encomendas não só permitiu que a produção voltasse a crescer, como também levou a uma forte contratação de mão de obra. As empresas, confiantes de que o crescimento será sustentável, ampliaram suas equipes, com o ritmo de criação de empregos atingindo o seu ponto mais alto desde maio de 2024. A confiança das empresas em relação ao futuro é um bom indicativo de que a recuperação não é apenas pontual, mas tem potencial para se manter ao longo dos próximos meses.
Otimismo no Setor
Esse otimismo é reforçado pela expectativa de que o aumento das encomendas continuará, com a confiança no setor atingindo o maior nível em seis meses. Esse sentimento de recuperação e crescimento continuado é crucial para o fortalecimento da economia industrial do Brasil, que há meses enfrentava desafios devido à desaceleração econômica global e local.
Queda nas encomendas internacionais
Apesar da recuperação no mercado interno, as encomendas internacionais continuam a ser um ponto de preocupação para a indústria brasileira. Embora tenha sido uma queda marginal, as exportações registraram uma redução no número de encomendas, marcando o quarto mês consecutivo de retração. A diminuição na demanda internacional foi observada especialmente nos mercados de Argentina, Reino Unido e Estados Unidos, que enfrentam dificuldades econômicas próprias, impactando diretamente os exportadores brasileiros.
Embora as empresas estejam focadas no crescimento doméstico, a dependência dos mercados internacionais ainda é significativa, e a falta de demanda em regiões-chave como a América Latina e os Estados Unidos continua a afetar o desempenho geral do setor.
Inflação de custos e impacto nos preços de venda
Outro fator relevante que compõe o cenário atual da indústria brasileira é a pressão inflacionária sobre os custos de produção. Apesar de uma leve desaceleração no aumento do custo dos insumos, os preços ainda seguiram em alta, com destaque para o aumento nos custos de frete, combustíveis, aço, poliéster e resinas. Além disso, a fraqueza do câmbio também contribuiu para o aumento nos custos.
Como resposta a esse cenário, as empresas aumentaram os preços de venda, atingindo o maior nível de aumento nos últimos seis meses. Esse movimento reflete a necessidade das empresas de manter suas margens de lucro, ao mesmo tempo em que buscam acompanhar a escalada de custos.