Ibovespa fecha com ganhos após declarações de Lula, com Vale, bancos e varejo impulsionando o índice
Nesta sexta-feira (20), o Ibovespa fechou em alta de 0,75%, alcançando os 122.102,15 pontos, impulsionado por declarações de Lula sobre a autonomia do Banco Central e novas medidas fiscais.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta sexta-feira (20) com alta de 0,75%, alcançando os 122.102,15 pontos, após registrar uma sequência de quedas durante a semana. A principal razão para a recuperação foi a reação positiva do mercado às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu respeito à autonomia do Banco Central e confirmou o compromisso com a implementação de novas medidas fiscais. Embora a última semana de 2024 tenha terminado com um recuo de 2,01%, o desempenho desta sexta-feira trouxe um alívio para investidores, especialmente diante do otimismo com o cenário fiscal e a atuação do governo.
O que aconteceu com o Ibovespa e por que o mercado reagiu positivamente?
O destaque do dia foi a fala de Lula em um vídeo divulgado nas redes sociais, ao lado de membros do governo como o próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e os ministros Simone Tebet (Planejamento), Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil). O presidente se comprometeu a respeitar a autonomia do Banco Central, e reforçou a atenção do governo com medidas fiscais, com o objetivo de garantir estabilidade econômica.
Essas declarações tiveram um impacto imediato no mercado, com o Ibovespa subindo 0,75%, ou 914,24 pontos. O otimismo gerado pela afirmação de Lula ajudou a impulsionar não apenas o índice da Bolsa, mas também o valor do dólar, que caiu 0,81%, fechando o dia a R$ 6,07. Além disso, os juros futuros (DIs) também registraram quedas em toda a curva de vencimento, com exceção de um único vértice acima de 15%.
O pacote fiscal e suas implicações no mercado
Embora o pacote fiscal enviado ao Congresso tenha sido aprovado, a reação do mercado não foi totalmente positiva. A PEC do corte de gastos, que era aguardada com expectativa, foi desidratada no processo de tramitação. O impacto das mudanças no texto original foi considerado menor do que o esperado. Apesar disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou o impacto, ressaltando que a diferença em relação ao projeto inicial é de apenas R$ 1 bilhão. O vice-presidente Geraldo Alckmin também destacou a aprovação como uma “reconstrução da credibilidade fiscal do Brasil”. No entanto, a visão do mercado foi mais cautelosa, refletindo a percepção de que a aprovação do pacote não gerou os resultados esperados.
Setores que impulsionaram o Ibovespa
O avanço do Ibovespa nesta sexta-feira foi impulsionado por diversos setores. Entre os principais destaques, a Vale (VALE3) subiu 1,58%, liderando as altas do índice. Embora o minério de ferro tenha registrado perdas semanais, a empresa teve um desempenho positivo, ajudada pela alta das commodities.
Os bancos também foram fundamentais para a alta do índice. Bradesco (BBDC4) teve um ganho de 2,26%, seguido pelo Itaú Unibanco (ITUB4), que subiu 1,16%. O setor financeiro como um todo se destacou, com a B3 (B3SA3) registrando uma alta de 2,91%.
Outro setor que contribuiu para o desempenho positivo foi o varejo, que se beneficiou do período de vendas de Natal. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 2,38%, enquanto Lojas Renner (LREN3) avançou 3,23%. O Assaí (ASAI3), por sua vez, disparou 6,07%, fechando o dia como um dos maiores ganhos do índice.
O cenário internacional e o impacto na Bolsa brasileira
O cenário externo também influenciou o desempenho do Ibovespa. Nos Estados Unidos, os principais índices, como o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq, fecharam com altas expressivas, impulsionados pela divulgação da inflação de novembro, que veio abaixo das expectativas do mercado. O índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), que é o termômetro preferido do Federal Reserve para a política monetária, registrou uma alta mais suave do que o projetado, ajudando a aliviar o pessimismo que havia dominado os mercados durante a semana.
Apesar da recuperação nas bolsas americanas, as bolsas europeias enfrentaram um desempenho negativo, com a pior semana em três meses, refletindo o cenário mais desafiador para a economia global.
O desempenho dos juros futuros (DIs)
Outro ponto relevante foi o comportamento dos juros futuros no Brasil. Os DIs fecharam em forte queda em toda a curva, mostrando que o mercado aposta em uma manutenção mais branda da política monetária. O DI1F25, que se refere ao vencimento mais curto, caiu 0,022 pontos percentuais, enquanto os vértices mais longos também registraram quedas significativas, com destaque para o DI1F31, que fechou com uma redução de 0,380 pontos percentuais.
Maiores altas do Ibovespa hoje (20)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
VAMO3 | +6.61% | R$ 5,00 |
ASAI3 | +6.07% | R$ 5,77 |
RAIZ4 | +5.56% | R$ 2,28 |
YDUQ3 | +4.83% | R$ 8,69 |
ALPA4 | +4.73% | R$ 6,64 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (20)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AMOB3 | -10.64% | R$ 0,42 |
CXSE3 | -3.69% | R$ 15,15 |
BRKM5 | -3.18% | R$ 12,19 |
CRFB3 | -2.64% | R$ 5,91 |
JBSS3 | -2.19% | R$ 37,51 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 121.789 | +601 | +0,50% |
🇧🇷 USD/BRL | 6,0842 | -0,0681 | -1,11% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.930,85 | +63,77 | +1,09% |