O Ibovespa continua a trajetória ascendente, registrando mais um fechamento histórico nesta terça-feira (20), com alta de 0,23%, alcançando 136.087,41 pontos, superando a marca de ontem, que foi de 135.777,98 pontos. 

O índice também registrou uma nova máxima intradiária, atingindo 136.329,79 pontos durante o pregão. A sequência de recordes diários reflete o otimismo do mercado brasileiro, mesmo com as bolsas globais mostrando movimentos de correção.

Por sua vez, o dólar teve uma recuperação frente ao real, fechando em alta de 1,29%, cotado a R$ 5,48. O movimento foi impulsionado por um aumento na aversão ao risco dos investidores, que aguardam as sinalizações do Federal Reserve (Fed) em relação às futuras decisões sobre as taxas de juros nos EUA. 

Bolsas e a política monetária

Nos Estados Unidos, os índices apresentaram leves quedas, marcando uma correção técnica após uma sequência de altas consecutivas e refletindo a cautela dos investidores antes do simpósio em Jackson Hole, onde o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará um discurso. 

A preocupação com o mercado de trabalho também ganhou destaque, com autoridades do Fed alertando para possíveis pressões inflacionárias que possam influenciar suas futuras decisões sobre taxas de juros.

No Brasil, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, comentou sobre o cenário externo, destacando uma melhora nas expectativas de cortes de juros nos EUA, o que tem contribuído para um ambiente mais favorável para as economias emergentes. Campos Neto mencionou que, nas últimas seis ou sete semanas, houve uma redução no risco de o Fed adiar o início do ciclo de cortes, o que traria desafios à liquidez global.

No entanto, ele enfatizou que os riscos no Brasil ainda são palpáveis. Dentro do Copom, há divergências sobre o balanço de riscos, e o presidente do BC sinalizou que essa questão será discutida na próxima reunião, sem que haja ainda um consenso sobre a simetria desses riscos. 

Ele ainda destacou que, apesar do cenário mais positivo internacionalmente, a política monetária brasileira deve continuar atenta aos desafios domésticos.

Altas e quedas do Ibovespa hoje

Nesta sessão, as ações da Braskem (BRKM5) destacaram-se entre as maiores altas do Ibovespa após o Citi atualizar suas estimativas e elevar a recomendação da petroquímica de neutra para compra/alto risco, argumentando que os papéis da empresa estão “baratos o bastante”. Esse movimento contribuiu para o otimismo dos investidores com a companhia.

Além disso, as exportadoras e os frigoríficos tiveram uma performance positiva, beneficiados pela valorização do dólar frente ao real, o que impulsiona suas receitas dolarizadas. Weg (WEGE3), Klabin (KLBN11) e JBS (JBSS3) ficaram entre as empresas com os maiores ganhos do dia.

A Minerva (BEEF3) também se destacou após o anúncio da aquisição de 98% das ações ordinárias da Irapuru II Energia S.A., subsidiária da Elera Energia, por R$ 20 milhões, negociação já aprovada pelo Cade. O movimento é parte da estratégia da empresa de diversificar suas fontes de energia com foco em energias renováveis.

No setor de blue chips, a Vale (VALE3) continuou em alta, refletindo o avanço de quase 1,2% nos preços do minério de ferro na China, em Dalian. 

Por outro lado, as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) permaneceram no território negativo, em um dia de forte volatilidade nos preços do petróleo no mercado internacional.

Maiores altas do Ibovespa nesta terça-feira (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
BHIA3+4,276,10
BRKM5+3,1517,71
KLBN11+3,1021,95
PETZ3+3,004,81
RDOR3+2,8432,96

Maiores baixas do Ibovespa nesta terça-feira (20)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
CVCB3-4,672,04
ASAI3-4,5810,22
LWSA3-3,835,02
CRFB3-3,819,34
VAMO3-3,428,48

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
  🇧🇷 Bovespa136.087,41+309,42+0,23
  🇧🇷 USD/BRL5,4846+0,0654+1,35
  🇺🇸 S&P 5005.597,12−11,13-0,207

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.