O Ibovespa sofreu uma queda significativa de 1,33%, fechando a semana com 118.532,68 pontos, após um dia de perdas em diversos setores. Essa foi a quarta semana consecutiva de resultados negativos, deixando o principal índice da Bolsa brasileira em seu menor nível desde novembro de 2023. O cenário ainda mostra um mercado desafiador, com investidores cautelosos, mas as projeções para 2025 indicam uma possível recuperação, trazendo expectativas de um cenário mais positivo para o próximo ano.

Desempenho do Ibovespa: o impacto das quedas e expectativas para 2025

Na sexta-feira (3), o Ibovespa registrou uma perda de 1,33%, ou 1.592,71 pontos, marcando o fechamento de uma semana que acumulou um declínio de 1,44%. Este resultado reflete a continuidade de uma tendência de baixa que já dura quatro semanas consecutivas, com o índice não apresentando forças suficientes para reagir após um início de ano morno. Esse desempenho resultou no menor fechamento do índice desde 6 de novembro de 2023, quando o Ibovespa registrou 118.431,25 pontos, em um contexto muito diferente, com uma tendência de alta no mercado.

Os investidores, cientes do cenário desafiador, já antecipam que o próximo ano será crucial para a economia brasileira. A XP Investimentos, por exemplo, projeta uma recuperação gradual, com o índice podendo chegar a 145.600 pontos em um cenário-base, enquanto a visão mais pessimista coloca o índice em 113.255 pontos. Por outro lado, em uma previsão otimista, o índice poderia alcançar os 162.496 pontos, se as condições do mercado e do governo permitirem uma reversão do quadro atual.

Fluxo cambial e impacto no dólar

O fluxo cambial de 2024 também foi um ponto de atenção. O Brasil registrou um saldo negativo de US$ 15,9 bilhões, o que representou a terceira maior saída líquida de dólares do país desde 2008. Esse fluxo negativo gerou reflexos imediatos na cotação do dólar, que subiu 0,30%, fechando o dia em R$ 6,18. Com esse movimento, a moeda americana continuou a pressionar a economia brasileira, afetando principalmente os custos de importação e os investimentos externos. A alta do dólar reflete as incertezas globais, mas também é um reflexo das questões internas que o país ainda enfrenta, como os desafios fiscais e as políticas econômicas em curso.

Vale e Petrobras: quedas nas ações

As ações de grandes empresas, como Vale e Petrobras, foram algumas das mais afetadas nesta sexta-feira. A Vale (VALE3) registrou uma queda de 1,86%, impulsionada pela queda do minério de ferro, que ficou abaixo dos US$ 100 a tonelada. A Petrobras (PETR4), apesar de uma breve alta no início da sessão devido ao aumento na produção de petróleo e gás no Brasil, não resistiu ao clima de pessimismo e encerrou com uma perda de 1,12%. Esses movimentos refletem uma combinação de fatores, como o aumento da produção nacional e a recuperação internacional da commodity, mas também a cautela dos investidores diante do cenário econômico global e local.

Bancos, siderúrgicas e frigoríficos: setores sob pressão

Além das quedas em Vale e Petrobras, o mercado de ações de outros setores também sofreu perdas consideráveis. Os bancos, em especial, caíram cerca de 1%, com destaque para Itaú Unibanco (ITUB4), que recuou 2,45%. Já as siderúrgicas enfrentaram perdas mais acentuadas, com Usiminas (USIM5) despencando 6,01%. O setor de frigoríficos também registrou perdas expressivas, com Marfrig (MRFG3) caindo 1,81%. Esse comportamento reflete a incerteza do mercado, influenciada pela falta de confiança nas perspectivas de crescimento no curto prazo.

Aéreas e varejo: setores com resultados positivos

Apesar do clima negativo, alguns setores conseguiram se destacar positivamente. O setor aéreo, por exemplo, viu suas ações subirem devido a acordos bilionários com o governo federal. As ações da Azul (AZUL4) subiram 3,02%, enquanto Gol (GOLL4) teve uma alta de 0,73%, com ambas acumulando valorização de cerca de 10% na semana. Esse desempenho positivo foi impulsionado por uma recuperação nas expectativas de crescimento do setor, à medida que o Brasil se prepara para um aumento nas viagens domésticas.

No varejo, os resultados foram mistos. Lojas Renner (LREN3) teve uma valorização de 1,25%, enquanto Carrefour (CRFB3) sofreu uma queda superior a 3%. O mercado de varejo, em geral, ainda enfrenta desafios, com consumidores mais cautelosos e uma alta competitividade entre as grandes redes. No entanto, o desempenho das Lojas Renner mostrou que, em alguns casos, é possível encontrar espaço para crescimento, mesmo em um cenário econômico adverso.

Maiores altas do Ibovespa hoje (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
ENEV3+5.45%R$ 10,07
SMTO3+5.17%R$ 24,20
AZUL4+3.02%R$ 3,75
ALPA4+1.42%R$ 6,41
LREN3+1.25%R$ 12,15

Maiores quedas do Ibovespa hoje (03)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
USIM5-6.01%R$ 4,85
IRBR3-5.55%R$ 42,05
YDUQ3-5.08%R$ 8,04
RADL3-4.41%R$ 20,80
BRKM5-4.09%R$ 11,48

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa118.533-1.593-1,33%
🇧🇷 USD/BRL6,1785+0,0278+0,45%
🇺🇸 S&P 5005.942,60+74,00+1,26%