O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira, 12 de fevereiro, com a maior queda de 2025 até o momento. O índice registrou uma perda de 1,68%, fechando aos 124.400,59 pontos, marcando uma desvalorização de 2.121,07 pontos. A queda foi impulsionada por uma série de fatores econômicos, especialmente a inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que superou as expectativas do mercado. A notícia fez os investidores ajustarem suas projeções, gerando pessimismo no mercado brasileiro e impactando principalmente os setores de Petrobras e os grandes bancos.

A pressão de dados econômicos nos EUA e o impacto global

O grande catalisador para a queda do Ibovespa foi a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA, que veio mais forte do que o esperado, alimentando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa demorar mais para reduzir as taxas de juros. Esse cenário criou um ambiente de incerteza, com muitos investidores prevendo que o Fed só fará os primeiros cortes de juros no país em setembro. A repercussão dessa notícia foi imediata nos mercados financeiros, e as bolsas americanas fecharam de forma mista, com o Dow Jones e o S&P 500 registrando perdas, enquanto o Nasdaq conseguiu fechar em leve alta.

A resposta do mercado brasileiro foi igualmente negativa, já que o Ibovespa foi fortemente influenciado pelos movimentos de Wall Street. A alta inflação nos EUA e a perspectiva de juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos aumentaram as preocupações com a desaceleração econômica global e com os custos de financiamento. Com isso, a confiança dos investidores em ativos de risco, como ações, diminuiu, levando a uma desvalorização generalizada.

O que está por trás da queda nas ações da Petrobras e Bancos brasileiros

A Petrobras (PETR4) foi uma das ações mais impactadas pela conjuntura internacional. A queda de 1,49% de suas ações foi influenciada pela redução nos preços do petróleo, após a notícia de que os presidentes dos EUA e Rússia iniciariam discussões sobre a guerra na Ucrânia. Isso gerou incertezas sobre o futuro da commodity, que sofreu uma leve desvalorização, impactando diretamente as ações da estatal brasileira. As empresas do setor de petróleo e gás, incluindo PRIO (PRIO3), também viram suas ações caírem, refletindo o pessimismo com o preço do barril.

Os grandes bancos brasileiros, que já enfrentavam desafios internos, também sofreram com a queda do Ibovespa. O Bradesco (BBDC4), por exemplo, teve uma desvalorização de 4,56%, após ser rebaixado por analistas internacionais. Já o Itaú Unibanco (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) registraram quedas de 2,77% e 1,64%, respectivamente. A única exceção foi o Santander (SANB11), que conseguiu fechar o dia com uma leve alta, apesar de também ter registrado perdas no final da sessão. A reação negativa foi reflexo do ajuste de expectativas dos investidores em relação às perspectivas econômicas para o Brasil, além de um mercado mais avesso ao risco.

O efeito contágio no varejo e outros setores

O mau humor nos mercados financeiros também se refletiu no setor de varejo, que registrou uma queda generalizada nas ações. As Lojas Renner (LREN3), uma das maiores varejistas do país, tiveram uma perda expressiva de 4,07%. Apesar disso, algumas empresas apresentaram resultados positivos, como o Carrefour (CRFB3), que teve uma alta de 2,68%, impulsionada por notícias sobre uma possível deslistagem da empresa.

No setor de mineração, a Vale (VALE3) perdeu 0,67%, mesmo com o minério de ferro apresentando alta nos mercados internacionais. A Embraer (EMBR3) também teve uma queda de 1,03%, após anunciar novos investimentos, que não foram bem recebidos pelo mercado.

O destaque positivo ficou com a TIM (TIMS3), que teve uma alta de 2,19%. A companhia se beneficiou do foco no pagamento de dividendos e na recompra de ações, que atraíram a atenção dos investidores.

Expectativas econômicas

Com a queda generalizada das ações no Brasil e o pessimismo global, os investidores estão agora atentos a novos dados econômicos que devem ser divulgados nos próximos dias. O setor de serviços no Brasil apresentou dados negativos para dezembro, mais fracos do que o esperado, e amanhã será o dia de divulgação dos dados do varejo. A expectativa é que os números também não sejam favoráveis, ampliando as incertezas sobre o crescimento da economia brasileira.

Além disso, a atenção dos investidores estará voltada para o índice de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos, que pode trazer novos sinais sobre a pressão inflacionária no país e suas consequências para as políticas monetárias globais. Em um cenário de incerteza tanto no Brasil quanto no exterior, a volatilidade tende a continuar, e os investidores deverão agir com cautela, monitorando os próximos passos do Federal Reserve e as reações dos mercados internacionais.

Maiores altas do Ibovespa hoje (12)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
CRFB3+2.68%R$ 7,29
VAMO3+2.42%R$ 4,66
TIMS3+2.19%R$ 17,30
HYPE3+1.09%R$ 19,39
AZUL4+0.85%R$ 3,58

Maiores quedas do Ibovespa hoje (12)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
HAPV3-7.17%R$ 2,33
CMIN3-5.83%R$ 5,01
CVCB3-5.67%R$ 1,83
VIVA3-5.54%R$ 18,76
CSNA3-5.52%R$ 8,38

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa124.397-2.125-1,68%
🇧🇷 USD/BRL5,7560-0,0055-0,10%
🇺🇸 S&P 5006.053,56-15,03-0,25%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.