Ibovespa hoje fecha estável após sete altas seguidas
O Ibovespa hoje fechou praticamente estável, aos 135.066 pontos, após sete sessões consecutivas de alta. O desempenho foi afetado pelas quedas das ações da Vale, influenciada pela contração industrial na China, e da Petrobras, pressionada por baixa no petróleo.

O Ibovespa hoje encerrou esta quarta-feira (30) praticamente estável, após uma sequência positiva de sete sessões seguidas em alta. O principal índice da B3 recuou 0,02%, aos 135.066,97 pontos. A leve desvalorização ocorreu em meio a um cenário externo volátil, influenciado por dados econômicos dos Estados Unidos e da China, além do desempenho negativo das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4). Apesar da pausa, abril terminou com alta acumulada de 3,69%, refletindo o otimismo pontual com a temporada de balanços e expectativas sobre juros.
Vale e Petrobras recuam e travam avanço do Ibovespa hoje
As ações da mineradora Vale caíram 1,82%, pressionadas pelos sinais de desaceleração da atividade industrial chinesa, que voltou a registrar contração em abril. A China é o principal destino das exportações de minério de ferro brasileiro, e qualquer fraqueza na demanda impacta diretamente o desempenho da empresa.
Já os papéis da Petrobras também recuaram, com PETR4 encerrando o dia com baixa de 1,87%. A queda refletiu tanto a realização de lucros quanto a volatilidade nos preços do petróleo no mercado internacional. A menor demanda global por commodities e a pressão regulatória sobre o setor energético aumentaram a cautela dos investidores.
PIB dos EUA decepciona e reacende debate sobre juros
No cenário internacional, os investidores repercutiram o desempenho abaixo do esperado do PIB dos Estados Unidos, que registrou contração anualizada de 0,3% no primeiro trimestre de 2025. O resultado foi influenciado por um aumento das importações e uma retração nos gastos governamentais. Analistas apontam que empresas americanas anteciparam compras no fim de 2024 por conta da política tarifária do ex-presidente Donald Trump, o que pode ter distorcido os números.
Apesar da frustração com o crescimento, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE), métrica preferida do Federal Reserve (Fed) para medir inflação, veio em linha com as expectativas. O dado reforçou as apostas de que o Fed poderá iniciar o corte de juros ainda no segundo semestre, o que tende a beneficiar mercados emergentes como o Brasil.
Dólar interrompe queda e juros futuros recuam
O dólar comercial subiu 0,83%, fechando cotado a R$ 5,677, após oito sessões seguidas de desvalorização. O movimento foi impulsionado pela cautela externa, principalmente após os dados econômicos norte-americanos.
Por outro lado, os juros futuros voltaram a recuar em toda a curva, com destaque para as taxas mais longas. Em abril, os DIs acumularam quedas superiores a 6%, refletindo tanto a desaceleração global quanto o comportamento benigno da inflação no Brasil.
China sinaliza apoio ao setor privado após contração industrial
Na Ásia, os investidores acompanharam a divulgação do índice de atividade industrial (PMI) da China, que voltou a indicar contração em abril. Como resposta, o governo chinês anunciou que deve implementar uma nova legislação voltada ao fortalecimento do setor privado.
A medida busca estimular a economia e restaurar a confiança dos empresários diante do aumento das barreiras comerciais e da instabilidade global. O crescimento do setor privado chinês é crucial para a recuperação da demanda por commodities, o que afeta diretamente o Ibovespa hoje.
PIB da zona do euro avança, mas desemprego preocupa
Na Europa, os dados de atividade econômica vieram mistos. O PIB da zona do euro superou as expectativas no primeiro trimestre, com destaque para a Alemanha, que evitou entrar em recessão técnica. No entanto, o desemprego voltou a subir e o índice pan-europeu de ações registrou sua segunda perda mensal consecutiva.
O desempenho modesto reforça a visão de que a recuperação europeia será lenta e desigual, o que mantém o mercado em alerta quanto ao crescimento global.
Mercado de trabalho brasileiro traz sinais contraditórios
No Brasil, os dados de emprego e contas públicas trouxeram mensagens ambíguas. A taxa de desemprego ficou em 7,0% no trimestre encerrado em março, a menor para o período desde o início da série histórica, mas com ligeiro aumento na margem.
Em paralelo, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 1,2 bilhão em março e a dívida bruta do governo caiu para 75,9% do PIB. No mercado de trabalho formal, foram criadas 71.576 vagas com carteira assinada, abaixo do esperado, o que sugere um desaquecimento moderado da geração de empregos.
Destaques positivos e negativos do pregão desta terça-feira
As ações da IRB Brasil (IRBR3) lideraram as altas do dia com valorização de 5,31%, seguidas por CPFL Energia (CPFE3) com 5,22% e Santander Brasil (SANB11) com 3,94%, impulsionado por um lucro acima das expectativas no primeiro trimestre.
Na ponta negativa, os destaques foram Azul (AZUL4), com forte queda de 15,52%, acumulando perdas superiores a 55% em abril, e WEG (WEGE3), que caiu 11,55% após novo resultado frustrante. As ações da Minerva (BEEF3) recuaram 8,19%, refletindo preocupações com o desempenho operacional.
Temporada de balanços continua movimentando o Ibovespa hoje
O mercado também repercutiu os resultados trimestrais de diversas empresas listadas na B3. A WEG decepcionou novamente os investidores, enquanto o Santander Brasil surpreendeu positivamente. A Iguatemi (IGTI11) avançou 1,08% após divulgar crescimento de 5% no lucro, com expectativa de continuidade no ritmo de recuperação do setor de shopping centers.
A Eletrobras (ELET3) subiu 2,17%, mesmo em meio a incertezas quanto à sua reestruturação e política de dividendos. Já a Azul segue em trajetória de queda, apesar do financiamento adicional de R$ 600 milhões anunciado para melhorar sua liquidez.
Maiores altas do índice Ibovespa hoje (30)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
IRBR3 | +5.31% | R$ 47,83 |
CPFE3 | +5.22% | R$ 38,19 |
SANB11 | +4.08% | R$ 29,56 |
AMOB3 | +3.85% | R$ 0,27 |
HYPE3 | +3.43% | R$ 24,12 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (30)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AZUL4 | -15.52% | R$ 1,47 |
WEGE3 | -11.55% | R$ 44,64 |
PCAR3 | -7.84% | R$ 4,23 |
MGLU3 | -6.61% | R$ 9,32 |
CVCB3 | -4.82% | R$ 2,17 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 135.067 | -26 | -0,02% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,6740 | +0,0008 | +0,01% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.569,02 | +8,19 | +0,15% |
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