O Ibovespa começou a semana em queda, fechando a 133.491,23 pontos, uma perda de 1,22% e de 1.642,65 pontos. Esse movimento foi impulsionado por uma combinação de fatores internos e externos, que dominaram o radar dos investidores. Entre os principais responsáveis pela queda, destacam-se a forte pressão sobre Petrobras (PETR4) e a expectativa em torno das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, com uma “super quarta” marcada para o dia 7, onde os investidores aguardam anúncios importantes sobre as políticas monetárias de ambos os países.

O impacto da Petrobras e a expectativa de juros

O dia foi marcado pela queda de Petrobras, que viu suas ações desvalorizarem 3,73% em meio ao anúncio de um novo corte no preço do diesel. O movimento, embora moderado, gerou receios sobre o impacto nos resultados da companhia, que já enfrentava desafios devido ao cenário volátil do mercado de energia. No entanto, o desempenho de Vale (VALE3) trouxe um pequeno alívio ao Ibovespa, com alta de 0,30%, embora a falta de movimentação no mercado de minério de ferro, devido ao feriado na China, tenha limitado o impacto positivo.

O cenário ainda é de cautela no mercado brasileiro, pois o foco está nas próximas decisões sobre a taxa de juros. Na quarta-feira (7), o Banco Central do Brasil (BCB) deve anunciar um aumento de 0,5 pontos percentuais na Selic, seguindo as expectativas de analistas e economistas. A decisão ocorre em um cenário de inflação ainda acima da meta, com o BCB tentando equilibrar o controle de preços e o crescimento econômico. De acordo com o Boletim Focus, a expectativa é que o fim do ciclo de altas de juros esteja próximo, mas sem indicar grandes mudanças no cenário para os próximos meses.

Perspectivas externas

Enquanto o mercado brasileiro acompanha de perto as decisões de política monetária, o mercado americano também trouxe desafios para os investidores. As tarifas comerciais impostas pelo governo de Donald Trump, que agora atingem o setor de cinema, geraram receios de que os custos para os consumidores aumentem, principalmente no que diz respeito ao setor de streaming. Embora Trump tenha reiterado seu desejo por um “acordo justo” com a China, os mercados permanecem tensos, aguardando mais detalhes sobre a situação comercial global.

Essa instabilidade externa, aliada ao cenário político-econômico doméstico, faz com que investidores adotem uma postura mais conservadora, evitando grandes apostas até que a situação se torne mais clara. Além disso, a postura cautelosa pré-Fed e o impacto das tarifas nas cadeias globais de suprimento alimentam ainda mais as incertezas no mercado internacional.

Setores de energia e varejo

Além dos grandes players do mercado, o setor de energia e varejo também esteve no centro das atenções. Petrobras, como mencionado, registrou um dia de perdas, enquanto Vale conseguiu manter-se estável. Já no setor bancário, os resultados também foram mistos, com destaque para a queda de Itaú Unibanco (ITUB4), que perdeu 1,78%, e para a alta de BB (BBAS3), que subiu 0,76%. O desempenho negativo de Itaú Unibanco pesou sobre o índice, pois o setor bancário é um dos mais influentes na composição do Ibovespa.

No varejo, a situação foi ainda mais delicada. Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 5,04%, enquanto Lojas Renner (LREN3) e GPA (PCAR3) também enfrentaram quedas expressivas. O mercado varejista segue enfrentando desafios relacionados ao poder de compra do consumidor e à desaceleração econômica, o que reflete nas ações de grandes varejistas que, até recentemente, estavam em uma trajetória de recuperação.

O desempenho das ações no mercado

Entre as empresas com resultados financeiros negativos, a M. Dias Branco (MDIA3) foi uma das mais afetadas, com uma queda de 7,10%, após a divulgação de um balanço do 1T25 abaixo das expectativas de analistas. Já as aéreas também não se saíram bem, com a Gol (GOLL4) registrando uma queda de 4%, e a Azul (AZUL4) seguindo sua trajetória de perdas, com baixa de 0,68%. Esses números refletem uma crescente preocupação com o aumento dos custos operacionais e a baixa demanda nos setores de serviços.

Por outro lado, algumas ações se destacaram positivamente, com Yduqs (YDUQ3) subindo 2,13% e Cogna (COGN3) disparando 8,81%, impulsionadas pelo rumor de uma possível fusão entre as duas. Esse movimento no setor educacional gerou otimismo, especialmente entre os investidores que apostam na consolidação do mercado de educação no Brasil.

Maiores altas do índice Ibovespa hoje (05)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
COGN3+8.81%R$ 2,84
AZZA3+3.08%R$ 32,76
YDUQ3+2.13%R$ 15,31
VIVA3+1.76%R$ 22,50
CCRO3+1.20%R$ 13,45

Maiores quedas do Ibovespa hoje (05)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
MGLU3-5.04%R$ 8,86
BRFS3-4.54%R$ 21,44
RAIZ4-4.32%R$ 1,77
BRAV3-4.28%R$ 17,21
SMTO3-4.28%R$ 18,79

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa133.491-1.643-1,22%
🇧🇷 USD/BRL5,6873+0,0312+0,55%
🇺🇸 S&P 5005.650,59-36,08-0,63%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.