Ibovespa registra maior alta em quase dois anos
O Ibovespa registrou uma impressionante alta de 2,81% nesta quarta-feira, 15 de janeiro, alcançando 122.650,20 pontos, a maior em quase dois anos.

O Ibovespa teve um desempenho impressionante nesta quarta-feira, 15 de janeiro, registrando uma alta de 2,81% e fechando aos 122.650,20 pontos. Com um avanço de 3.351,53 pontos, o índice brasileiro conquistou sua maior alta em quase dois anos. Essa subida foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo dados de inflação mais favoráveis nos Estados Unidos e resultados positivos de grandes bancos. A alta também foi refletida na queda do dólar e no alívio das expectativas com relação à política monetária dos EUA.
O que aconteceu com o Ibovespa?
A principal ação que impulsionou o índice foi a surpresa positiva dos dados de inflação nos EUA, que mostraram um controle maior nos núcleos do índice de preços ao consumidor (CPI), apesar de uma alta mensal acima do esperado. Esse resultado afastou o temor de que a inflação nos EUA estivesse deteriorando, levando os investidores a aumentar as expectativas de que o Federal Reserve poderia cortar os juros em 2025.
No Brasil, a recuperação fiscal do governo também ajudou a alimentar o otimismo, com o Tesouro Nacional reportando um déficit primário abaixo das expectativas, o que reforçou a confiança no controle das finanças públicas. A reação positiva de Wall Street, com altas robustas dos principais índices, foi outro fator que ajudou a dar força ao Ibovespa.
Inflação nos EUA: fatores de impacto
O índice de preços ao consumidor (CPI) de dezembro nos Estados Unidos mostrou um aumento de 0,2% no comparativo mensal, mas o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, teve um comportamento mais controlado. Esse resultado aliviou as tensões no mercado, que temia um cenário mais adverso para a inflação, o que poderia afetar os planos de cortes de juros do Federal Reserve.
Além disso, as expectativas de que a inflação nos EUA tenha atingido seu pico ajudaram a consolidar o otimismo. Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brazil, destacou que, embora os números de inflação não sejam suficientes para afastar a possibilidade de que a desinflação tenha se esgotado, o relatório trouxe um alívio para os mercados. Como resultado, a probabilidade de um corte de juros em 2025 aumentou, o que favoreceu os mercados acionários e, por conseguinte, o Ibovespa.
Resultados de bancos impulsionam o otimismo
Outro fator que colaborou para a alta do Ibovespa foi o desempenho das grandes instituições financeiras dos Estados Unidos. O Citi, o Goldman Sachs e o JPMorgan, com lucros recordes, tiveram um impacto direto na confiança dos investidores. O JPMorgan, por exemplo, reportou um lucro histórico, o que foi visto como um sinal positivo para o setor bancário e para o mercado em geral.
Além disso, a BlackRock também teve um trimestre positivo, com um recorde de gestão de ativos, o que ajudou a fortalecer a confiança no sistema financeiro. Esse otimismo transbordou para os mercados globais, incluindo o Brasil, onde as ações de bancos como Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 4,34%, e o índice B3SA3 disparou 6,71%.
Setor de serviços e outras notícias no Brasil
A notícia de que o setor de serviços recuou mais do que o esperado em novembro de 2024, embora tenha gerado preocupação, foi interpretada pelos analistas como um movimento natural após um crescimento robusto em outubro. Esse ajuste nas atividades do setor não teve impacto negativo significativo sobre o mercado, pois os investidores estavam focados nos dados macroeconômicos mais amplos.
Além disso, o governo brasileiro reportou que o déficit primário do governo central ficou abaixo da expectativa, com um valor de R$ 4,515 bilhões em novembro, bem abaixo do valor negativo de R$ 38 bilhões no mesmo mês de 2023. Isso reforçou as expectativas de que o processo de recuperação fiscal está em andamento, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou a rápida regulamentação de medidas fiscais, incluindo a reforma tributária.
O dólar e juros futuros: impacto no mercado
O dólar comercial caiu 0,36%, fechando a R$ 6,02, um reflexo da maior confiança no mercado brasileiro, com o dólar perdendo força frente ao real. A curva de juros futuros também refletiu esse cenário, com os juros caindo em toda a sua extensão e todos os vértices abaixo de 15%. Esse movimento reforçou as expectativas de que o Banco Central do Brasil pode adotar uma postura mais dovish no futuro, o que seria positivo para o mercado.
Maiores altas do Ibovespa hoje (15)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
HAPV3 | +10.45% | R$ 2,43 |
VAMO3 | +9.44% | R$ 4,87 |
YDUQ3 | +8.37% | R$ 9,19 |
IRBR3 | +8.34% | R$ 51,05 |
CVCB3 | +7.88% | R$ 1,78 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (15)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
MRFG3 | -1.76% | R$ 16,22 |
KLBN11 | -0.51% | R$ 21,58 |
ARZZ3 | -0.08% | R$ 48,65 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 122.650 | +3.352 | +2,81% |
🇧🇷 USD/BRL | 6,0070 | -0,0474 | -0,78% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.949,81 | +106,90 | +1,83% |